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HOLANDA EM TELA
Durante reestruturação do edifício, muitas das obras serão expostas em espaços alternativos
Rijksmuseum fica em reformas até 2008
DO ENVIADO ESPECIAL À HOLANDA
Aglomerado impensável de letras para o léxico português,
Rijksmuseum é palavra fácil na
língua dos admiradores da melhor arte do mundo.
Com 1 milhão, repetindo, 1 milhão de obras de arte (o Masp tem
pouco mais de 5.000), o museu
holandês entra sem constrangimento no mesmo clube do Louvre francês, o Metropolitan norte-americano, o Prado espanhol.
É por isso que a notícia de que
esse espaço, que recebe 1,2 milhão
de visitantes por ano, vai ficar
parcialmente fechado para reformas a partir de dezembro, mexe
tão forte com os nativos.
O turista que caminha hoje pela
cidade dificilmente vai deixar de
ouvir comentários dos moradores sobre a mega-reestruturação
prevista para o Rijksmuseum
(pode falar algo como "raiksmusíum" que você não fará feio).
O primeiro sinal pode ser visto
no aeroporto. Com o fechamento
parcial do museu -parcial, já
que a não-exposição de obras-primas como "Ronda Noturna"
(1642), de Rembrandt, ou "A Leiteira", de Vermeer (c.1658), provavelmente causariam tumultos
nacionais-, novos espaços expositivos estão sendo improvisados
dentro e fora do Rijks.
Até 2010, o aeroporto de Schiphol terá um revezamento permanente de dez obras dos mestres
holandeses dos séculos 16 a 18, filé
mignon do Rijksmuseum. A cidade de Maastricht, ao sul da Holanda, também se deu bem. Até 2007
ela hospedará outras 80 telas do
gigante de Amsterdã. Até museus
de outros países entrarão na roda.
Já estão previstas turnês de obras
do acervo para os EUA e o Japão.
Espaço central na capital holandesa, a igreja-museu Nieuwe Kerk
(hoje exibindo a coleção dos Stroganoff, família russa que foi das
mais ricas do planeta nos séculos
17 e 18 e de onde vem o nome do
prato estrogonofe), receberá outra fatia do Rijks de 2005 a 2007.
A debandada de óleos só começa a cessar em 2008, quando o
museu deve terminar a reforma, a
maior desde que foi criado, no
início do século 19.
Gastando a bagatela de 200
milhões, o museu terá restaurante, uma loja moderna, uma forte
reformulação do sistema de luz,
ar-condicionado, espaço expositivo ampliado, acesso total a deficientes físicos e um novo nome,
ou nome novo, se preferir. O
grande Rijksmuseum, pós-reformas, atenderá por Novo Rijksmuseum.
(CASSIANO ELEK MACHADO)
Rijksmuseum - www.rijksmuseum.nl
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