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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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HOLANDA EM TELA

Durante reestruturação do edifício, muitas das obras serão expostas em espaços alternativos

Rijksmuseum fica em reformas até 2008

DO ENVIADO ESPECIAL À HOLANDA

Aglomerado impensável de letras para o léxico português, Rijksmuseum é palavra fácil na língua dos admiradores da melhor arte do mundo.
Com 1 milhão, repetindo, 1 milhão de obras de arte (o Masp tem pouco mais de 5.000), o museu holandês entra sem constrangimento no mesmo clube do Louvre francês, o Metropolitan norte-americano, o Prado espanhol.
É por isso que a notícia de que esse espaço, que recebe 1,2 milhão de visitantes por ano, vai ficar parcialmente fechado para reformas a partir de dezembro, mexe tão forte com os nativos.
O turista que caminha hoje pela cidade dificilmente vai deixar de ouvir comentários dos moradores sobre a mega-reestruturação prevista para o Rijksmuseum (pode falar algo como "raiksmusíum" que você não fará feio).
O primeiro sinal pode ser visto no aeroporto. Com o fechamento parcial do museu -parcial, já que a não-exposição de obras-primas como "Ronda Noturna" (1642), de Rembrandt, ou "A Leiteira", de Vermeer (c.1658), provavelmente causariam tumultos nacionais-, novos espaços expositivos estão sendo improvisados dentro e fora do Rijks.
Até 2010, o aeroporto de Schiphol terá um revezamento permanente de dez obras dos mestres holandeses dos séculos 16 a 18, filé mignon do Rijksmuseum. A cidade de Maastricht, ao sul da Holanda, também se deu bem. Até 2007 ela hospedará outras 80 telas do gigante de Amsterdã. Até museus de outros países entrarão na roda. Já estão previstas turnês de obras do acervo para os EUA e o Japão.
Espaço central na capital holandesa, a igreja-museu Nieuwe Kerk (hoje exibindo a coleção dos Stroganoff, família russa que foi das mais ricas do planeta nos séculos 17 e 18 e de onde vem o nome do prato estrogonofe), receberá outra fatia do Rijks de 2005 a 2007.
A debandada de óleos só começa a cessar em 2008, quando o museu deve terminar a reforma, a maior desde que foi criado, no início do século 19.
Gastando a bagatela de 200 milhões, o museu terá restaurante, uma loja moderna, uma forte reformulação do sistema de luz, ar-condicionado, espaço expositivo ampliado, acesso total a deficientes físicos e um novo nome, ou nome novo, se preferir. O grande Rijksmuseum, pós-reformas, atenderá por Novo Rijksmuseum. (CASSIANO ELEK MACHADO)

Rijksmuseum - www.rijksmuseum.nl

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