UOL


São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SP exibe releitura atual da paisagem holandesa

Sivio Cioffi/ Folha Imagem
Transeuntes passam por grafite que reproduz quadro de Van Gogh


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A arte holandesa tem grande presença no Brasil agora em 2003. Não só três de seus mais importantes artistas do século 17, Rembrandt, Frans Post e Albert Eckhout, têm mostras no país, como a arte contemporânea está presente em uma exposição que dialoga com as paisagens planas das terras de Van Gogh.
Eckhout (1610-1666) lotou diariamente a Pinacoteca de São Paulo até ontem, quando encerrou sua turnê pela país com cerca de 180 mil visitantes.
A exposição sobre Frans Prost (1612-1680) será inaugurada no Instituto Ricardo Brennand (www.ricardobrennand.org.br; tel. 0/xx/81/3271-1544), em Recife, no próximo dia 9, mas o artista já está em cartaz no Rio, no Museu Nacional de Belas Artes (www.mnba.gov.br; tel. 0/xx/21/240-0068), com a mostra "Presença Holandesa no Brasil", que o apresenta junto a artistas contemporâneos holandeses.
O Rio ainda expõe "Rembrandt [1606-1669" e a Arte da Gravura", no Centro Cultural Banco do Brasil (www.bb.com.br/appbb/portal/bb/ctr/rj/index.jsp; tel. 0/ xx/21/3808-2020), mostra que já foi exibida em São Paulo.
O que resta à capital paulista é a ótima "Post-Nature", no Instituto Tomie Ohtake desde sábado. A exposição foi criada como evento paralelo à Bienal de Artes Plásticas de Veneza, em 2001, e apresentada no Palazzo Ca'Zennobio, que na época foi palco também para a festa da representação brasileira em Veneza.
Obras de nove artistas traçam um panorama da produção atual do país, tendo como temática a paisagem artificial holandesa. Cerca de 80% do oeste do país é constituído por aterros. Assim, todo o estereótipo da paisagem holandesa, as vaquinhas pastando em meio aos diques, os imensos terrenos de flores, são uma criação humana e vem daí o nome da mostra, "Post-Nature".
Outro tema que percorre a exposição é o respeito à tradição pictórica dos séculos 16 e 17. Exemplos são as obras de Michael Raedecker (veja "Kismet" na pág. F7) e de Edwin Zwakman. "Naquela época havia uma preocupação do artista em reconstruir paisagens e é sobre isso que trabalho", diz Zwakman. "Faço ainda uma crítica à aparente liberalidade holandesa, que, por ter tantas regras, acaba restringindo a própria liberdade."

"Pos-Nature" - Mostra com obras contemporâneas da Holanda. Curadoria: Jaap Guldemond e Marente Bloemheuvel. No Instituto Tomie Ohtake (av. Faria Lima, 201, entrada pela r. Coropés, tel. 0/xx/11/6844-1900). De ter. a dom., das 11h às 20h. Até 4/5. Entrada franca.

Texto Anterior: Holandeses apresentaram Brasil ao mundo
Próximo Texto: Rijksmuseum fica em reformas até 2008
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.