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ROTA LAICO-RELIGIOSA
Trecho com mais movimento é o francês
Partindo da França, caminho segue para Espanha, onde passa por Navarra, Rioja, Castela-León e Galícia
DA ENVIADA ESPECIAL À ESPANHA
O caminho de Santiago de
Compostela não é um, mas vários, e seus amantes costumam
dizer que ele começa na porta
da casa de cada um.
Das rotas de peregrinos formadas ao longo da Idade Média, foram formalizados seis caminhos: o Real Francês, o Aragonês, o do Oriente, o Inglês, o
Português e o da Costa.
O caminho com maior tráfego de todos os que levam a Santiago de Compostela, e também
o mais conhecido e o que está
atualmente em melhores condições, é o Francês, de 800 km.
São dois pontos de partida
-St. Jean-Pied-de-Port ou Urdos, ambos na França-, que levam à entrada em território espanhol por Somport ou Orreaga-Roncesvalles, nos Pireneus.
Os dois trajetos acabam se
fundindo em Puente la Reina,
24 km depois de Pamplona (cidade escolhida por muitos para
dar início à caminhada).
A partir daí, a rota francesa
corta as comunidades autônomas de Navarra, Rioja, Castela-Léon e Galícia.
Motivação
As motivações que levam os
peregrinos a percorrer o caminho são as mais variadas.
Entre os brasileiros, porém,
nenhum admite ter sido influenciado pelo best-seller de
Paulo Coelho: "O Diário de um
Mago", de 1987.
Aliás, o boato que corre pela
região é que o escritor fez o caminho de táxi -o que nunca
chegou a ser confirmado.
O bancário gaúcho Marco
Guimarães, 40, há dez anos organiza o que chama de viagens
de "autoconhecimento" pelo
caminho. Em junho, estava
com um grupo de 29 peregrinos, dos quais 22 eram brasileiros, que começaram o trajeto
em Burgos (Castela-Léon).
"O caminho tem várias dimensões, você dá a sua", conta
Guimarães, que neste ano fez a
peregrinação pela terceira vez.
"Todo mundo que faz o caminho busca transformação, seja
pessoal, seja profissional, Mas
também não dá para separar
totalmente a parte turística."
Outro gaúcho, Henrique
Dias, 32, diz ter feito o caminho
"pela experiência de vida". "Todo mundo fala que muda a vida
da gente", conta o engenheiro.
"Mas a impressão é que tem
muito turista e que [a viagem]
perdeu muito o espírito de peregrinação. Muitos pegam ônibus nas etapas mais difíceis",
criticou Dias.
O andarilho gaúcho passou
por um aperto: teve sua câmera
fotográfica roubada em um dos
albergues de peregrinos em
Burgos. Também ouviu histórias de pessoas que foram expulsas dessas hospedarias por
estarem bêbadas.
(CAROLINA VILA-NOVA)
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