São Paulo, domingo, 1 de fevereiro de 1998

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Sony quer séries e filmes brasileiros

da Reportagem Local

A Sony, um dos maiores grupos de entretenimento do mundo, quer produzir dois filmes, duas sitcoms, duas minisséries e dois telefilmes por ano no Brasil.
Segundo Dorien Sutherland, diretor-geral da Columbia TriStar Television na América Latina (empresa de TV da Sony), deverão ser formadas joint ventures no Brasil com a Bandeirantes (para produzir sitcoms e telefilmes) e com a HBO Brasil (para minisséries). O grupo pretende ainda co-produzir filmes, com elenco e técnicos brasileiros.
A seguir, os principais trechos de entrevista concedida à Folha, por telefone, de Miami.
(DANIEL CASTRO)

Folha - Quais são os planos da Sony no Brasil?
Dorien Sutherland -
Já faz algum tempo que a Sony está investindo no cinema nacional, como "O que É Isso Companheiro". Essa participação da Sony no cinema brasileiro era restrita ao co-patrocínio.
A partir deste ano, a nossa intenção é outra, é co-produzir de verdade, utilizando recursos brasileiros e norte-americanos, participar mais ativamente com talentos e recursos.
Nós também vamos treinar talentos brasileiros para televisão, em vários gêneros. Podem ser sitcoms, que nós achamos que têm um futuro interessante no Brasil. Nós vamos investir em cinema e em televisão, criando novos gêneros. Vamos produzir também minisséries e telefilmes.
Folha - São quatro produtos: filmes para cinema, sitcoms, minisséries e telefilmes. Tudo isso será em parceira com a Bandeirantes?
Sutherland -
Não. Com a Bandeirantes, vamos produzir, a princípio, duas sitcoms, ou mais. A intenção é criar uma joint venture para produzir duas sitcoms sob encomenda para a Bandeirantes.
Só para a Bandeirantes? Não seria exportado?
Sutherland -
Claro. Tudo que produzimos têm a ver com exportação. A Columbia TriStar International Television tem canais na Europa, na Austrália, no Oriente. Nós queremos circular esse material nesses canais. Produções bem-feitas, com temas internacionais, se encaixam perfeitamente nesses canais.
Folha - Quando começaria a produção das sitcoms?
Sutherland -
Talvez comecemos a rodar em abril.
Folha - Então já existem os títulos e os argumentos dessas produções?
Sutherland -
Ainda não fechamos. Sabemos o que queremos e estamos estudando quatro propostas. Agora isso é um processo que vamos acelerar. Nós vamos trazer know-how norte-americano, efeitos especiais. É diferente produzir uma sitcom e produzir um show. Nós temos know-how, nós produzimos "Seinfeld", "Mad about You" e outras.
Folha - Que tipo de história, de argumento, o senhor acredita que emplacaria no Brasil em sitcom?
Sutherland -
Acho que um sitcom tipo "Mad about You" emplacaria no Brasil. É isso que nós queremos. Sitcom é bom porque é curto. Em meia hora, o cara se diverte.
Folha - A Sony planeja outras parcerias no Brasil?
Sutherland -
Sim. Vamos produzir minisséries em parceira com a HBO Brasil.
Folha - Para quando seriam essas minisséries?
žSutherland -
Para o fim deste ano.
Folha - Já existe alguma história?
Sutherland -
A HBO está estudando. Tem um projeto do Miguel Falabella. Isso poderia ser o início.
Folha - Com quem seriam produzidos os telefilmes?
Sutherland -
Com a Bandeirantes, talvez ainda neste ano, mas ainda não temos nada acertado. A nossa diretora de programação no Brasil (Iôna de Macedo) está avaliando uns 40 projetos.
Folha - As produções seriam com técnicos norte-americanos e brasileiros?
Sutherland -
Não. Nós vamos enviar brasileiros para os Estados Unidos para ver se o que se faz nos EUA serve para o Brasil. Não temos a arrogância de querer treinar ninguém. Tem muito talento no Brasil que nunca foi exposto a outras técnicas. O público-alvo é o brasileiro e queremos fazer TV para o brasileiro.
Folha - Quanto a Sony prevê investir nesses projetos no Brasil?
Sutherland -
O que for necessário, mas eu acho que, no primeiro ano, mais ou menos US$ 4 milhões ou US$ 5 milhões. Não quer dizer que os projetos custam só isso.
Folha - A Sony vai usar incentivos fiscais?
Sutherland -
Só para os filmes, mas também vamos investir, gastar até com efeitos especiais.
Folha - Os filmes também seriam produzidos em 98?
Sutherland -
Sim. Até o fim deste ano.



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