São Paulo, domingo, 1 de fevereiro de 1998

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CBS Telenotícias estréia na TVA

MARIANA SCALZO
da Reportagem Local

Hoje entra no ar o CBS Telenotícias em português nas operações da TVA. A princípio, o canal, que já vinha sendo veiculado pela DirecTV e pela TV Filme (operadora de Belém, Brasília e Goiânia), traz de 12 a 14 horas de noticiário ao vivo, das 17h às 5h.
A programação é gerada dos estúdios de Miami (EUA), chefiada por Marcos Wilson, ex-diretor de jornalismo do SBT, e ancorada por jornalistas brasileiro, como Leira Cordeiro e Eliakim Araújo.
Para Francisco De La Torre, presidente da CBS Cabo, o investimento aconteceu porque é "um mercado muito atrativo que precisa de um produto internacional. Temos um produto em português, com o enfoque jornalístico, promocional e de produção voltado para a audiência brasileira".
Além de entrar com um canal em português, a CBS está investindo em parcerias com o SBT. "Ter parceiros locais é muito importante", diz De La Torre, que falou à Folha por telefone, de Miami. Leia abaixo os principais trechos.

Folha - Qual a expectativa de lançamento do canal em português?
Francisco De La Torre
- É muito otimista, pois a resposta que temos dos assinantes vem sendo muito positiva. O nosso jornalismo está dando certo. O importante é estar com a TVA, aumentando o número de assinantes e nossas possibilidades comerciais.
Folha - O acordo com a TVA é de exclusividade ou vocês podem negociar com outras operadoras?
De La Torre
- Nossa política é de não ter exclusividade com ninguém, porque acreditamos que nosso serviço deve chegar ao maior número de assinantes possível nos países onde operamos.
Folha - O canal começa com 12 horas em português?
De La Torre
- Sim, mas vamos aumentar este número muito rápido. Estamos aumentando nossa produção de notícias. Nosso plano original era que em dois anos ficássemos com 24 horas por dia, mas posso assegurar que isso vai acontecer em menos de seis meses.
Folha - Além do telejornalismo, o que compõe a programação?
De La Torre
-Como corporação, a CBS tem um grande arquivo, uma série de produções especializadas . Agora estamos montando uma grade final, vamos aumentar o número de horas de programas jornalísticos investigativos.
Folha - Por que a CBS resolveu investir em um canal em português?
De La Torre
-Primeiro, porque o Brasil é um país importantíssimo no mercado de televisão. O Brasil tem mais de 45% dos aparelhos de TV da América Latina e, além disso, tem uma população crescente e uma economia estável. Segundo, porque temos uma experiência de fazer canal de notícias 24 horas, voltado para a América Latina. Terceiro, e mais importante, porque temos respaldo de uma estrutura internacional que nos dá recursos tecnológicos e de produção.
Folha - Com a chegada da CNN em Espanhol em 97, o CBS Telenotícias sofreu alguma mudança? Foi melhor para o mercado?
De La Torre
-Quanto mais concorrência , melhor você faz seu trabalho. A mudança que fizemos foi acelerar ainda mais nossos planos de desenvolvimento. Fomos os primeiros a lançar 24 horas de notícias em espanhol, fomos os primeiros a lançar em português e seremos a lançar 24 horas em português.
Folha - O canal em português serve Portugal também?
De La Torre
-O canal pode ser visto na Península Ibérica por causa da abrangência do satélite.
Folha - Vocês estão investindo em outras mídias?
De La Torre
-Temos o site em português na Internet.
Folha - Vocês vão fazer outro jornal em parceria com o SBT?
De La Torre
- Nós e o SBT estamos contentes com o resultado do trabalho que fazemos em conjunto e a audiência vem dando certo. A possibilidade de fazer mais negócios existe mesmo. Estamos conversando.
Folha - Vocês têm outros acordos com países da América Latina? De La Torre -Temos alianças estratégicas com várias emissoras, na Argentina, México, Peru, Espanha e EUA. Faz parte de nossa filosofia trabalhar forte com um parceiro local.
Folha - Vão contar com material produzido no Brasil?
De La Torre
-Nossos planos são fazer mais produções locais, ter um bom conteúdo local e grande perspectiva internacional. A equipe local da sensibilidade política e cultural, o que é importantíssimo.



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