São Paulo, Domingo, 03 de Outubro de 1999
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Fábrica já criou clipe dos Titãs e agora brinca com a Tiazinha

Rafael Jacinto/Folha Imagem
Suzaa Alves no cenário do quartel-general de sua personagem em "As Aventuras de Tiazinha"


da Reportagem Local

Quando Del Rangel assumiu a supervisão de "As Aventuras de Tiazinha" há pouco mais de um mês, achou os roteiros ruins e um formato de produção que não estava funcionando. Ao olhar as poucas imagens já prontas, com efeitos especiais, decidiu que qualquer um poderia sair da equipe, menos a Fábrica dos Quadrinhos.
"Eles estavam fazendo a direção de arte e os efeitos especiais. Foi fácil notar que era só o que havia de bom por ali. Imediatamente pensei que, se o programa era um gibi para a TV, devia deixá-los assumir o máximo do projeto", explica Rangel, que se tornou o diretor do programa e entregou os roteiros e a criação das histórias ao estúdio.
A Fábrica surgiu em 1997 como um estúdio formado por desenhistas de histórias em quadrinhos que davam também um curso de desenho. Dois meses depois de sua fundação, produziu para a Warner Music o clipe da música "Os Cegos do Castelo", dos Titãs. O trabalho foi feito porque Marcelo Campos, 34, e Eduardo Schaal, 28, dois dos integrantes da Fábrica, tinham experiência prévia com animação.
O grupo entrou no projeto "As Aventuras da Tiazinha" porque, no final de 1998, procurou L.P.Simonetti , que era empresário de Suzana Alves, para propor a produção de quadrinhos da Tiazinha. Quando L.P. idealizou o programa de TV, chamou-os para ajudá-lo.
No projeto inicial, os ilustradores Octavio Cariello, 36, e Rogério Vilela, 28, se juntaram a Campos e assumiram a direção de arte. Schaal cuidaria dos efeitos especiais de computação gráfica. Na gestão de Rangel, o grupo recebeu mais atribuições e carta branca para criar tudo de novo.
Apaixonados por ficção científica e cultura pop, os artistas fizeram o máximo para criar um seriado de ação com os componentes que apreciam. Como resultado, "As Aventuras de Tiazinha" se tornou um caldeirão de referências para os aficionados.
"É uma maneira de cativar uma parcela do público e homenagear os autores, os filmes, as músicas, os livros e as revistas dos quais a gente gosta", explica Marcelo Campos.
Assim, haverá referências a escritores de ficção científica como Ray Bradbury e ilustradores como Boris Vallejo e Frank Frazetta. Personagens da literatura universal como Quixote -inspirado no livro "Dom Quixote de La Mancha"- e uma aventura que se passa num local inspirado no inferno de Dante serão comuns na série.
A série também sofre forte influência de desenhos, como o do Batman, e de filmes como "Blade Runner" e "Star Wars". Há brincadeiras com a mitologia nórdica no primeiro episódio, no qual há uma usina chamada Asgaard, a terra dos deuses nórdicos e do personagem de HQs Thor.
Outro personagem homenageado é o Sandman clássico, que usa um capacete que o assemelha a uma formiga e empresta esse design ao Homem dos Ventos, personagem que aparecerá nos episódios desta semana. (AM)

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