São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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TV NO MUNDO
Estudo revela que programas exibem cada vez mais cenas de sexo, violência e linguagem chula
TV dos EUA está mais grosseira

das agências internacionais

Sexo, violência e linguagem chula se tornam mais comuns no horário nobre da TV norte-americana a cada dia.
Um estudo do Conselho de Pais para a Televisão revelou que o número de cenas de nudez, violência e profanação subiu 31% desde novembro de 96, quando foi implantado o sistema de classificação de programas na televisão dos EUA.
"A TV está mais grosseira do que nunca. Agora que as emissoras avisam que determinados programas contêm cenas de sexo ou vocabulário sujo, elas se sentem desobrigadas de coibir a exibição desse tipo de coisa", disse Brent Bozell, diretor da entidade.
Representantes das emissoras ridicularizaram o estudo, que examinou duas semanas da programação das grandes redes em novembro de 1998.
Uma nota emitida pelo departamento de comunicação da rede ABC, ligada ao grupo Disney, esclarece que a emissora é "um programador responsável". "Este estudo é furado. As contagens são baseadas em critérios meramente subjetivos e não medem a significativa melhora que apresentamos em termos do conteúdo de sexo, violência e linguagem", conclui o comunicado.
Segundo o estudo, a Fox é um caso à parte. É a rede que mais abusa nas cenas de conteúdo sexual e violento. As aparições de Heather Locklear com suas insinuantes minissaias em "Melrose Place" fizeram a contagem do estudo do Conselho de Pais disparar.
Fox, NBC e CBS não quiseram comentar os resultados do estudo.
O representante de uma dessas emissoras, no entanto, afirmou que esse estudo apresenta resultados radicalmente opostos aos de outra pesquisa, que ele disse considerar mais isenta e confiável.
De acordo com esse outro estudo, realizado pela Universidade da Califórnia (UCLA), a exibição de cenas de violência na TV caiu sensivelmente em 1998.
Alguns políticos também aproveitaram para comentar o estudo do Conselho de Pais.
"Está claro que os pais precisam de algo mais do que um bom sistema de classificação nesses programas ruins. O nível tem de subir", disse o senador democrata Joseph Lieberman, de Connecticut.
Lieberman ameaça iniciar uma campanha no Congresso para rever as licenças dessas redes se a TV não ficar mais "limpa".
O senador republicano Sam Brownback, do Estado de Kansas, disse que "é válido colocar rótulos classificando o lixo da TV, mas seria melhor ainda se as TVs dessem fim a esse lixo".


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