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ELEIÇÕES
Fique por dentro ou divirta-se
CARLA MENEGHINI
DA REPORTAGEM LOCAL
SAEM os tradicionais programas de
auditório dominicais e entram os boletins jornalísticos, os debates e as análises políticas. Cada uma com seu diferencial, as emissoras de TV aberta tiraram o dia para acompanhar as eleições ao vivo.
Na briga pela audiência, algumas emissoras decidiram incrementar a cobertura
jornalística da votação agregando mesas-redondas, entrevistas com figuras-chave e reportagens especiais. Outras
preferiram limitar o noticiário ao essencial e manter programação de entretenimento, apostando no público que prefere aproveitar o domingo para se divertir.
Maratona
"Será um dia especial,
em que teremos a oportunidade de discutir a vida do brasileiro nos próximos
quatro anos", diz o diretor de jornalismo
da Band, Fernando Mitre. A emissora
dedicará praticamente toda a sua programação ao acompanhamento das eleições, com flashes a cada 15 minutos e um
programa especial, a partir das 17h
-quando a votação é encerrada-, com
entrevistas, debates e reportagens. "A
Band tem tradição em eleições, não podemos nos contentar apenas com a divulgação de números, queremos mostrar como eles refletem na realidade."
Para Mitre, "a TV teve uma atuação
inédita nesta eleição, por isso, temos
obrigação de fazer um noticiário do dia
mais intenso que o dos outros anos".
O diretor-executivo do "Jornal da Record", Dácio Nitrini, discorda dessa
idéia: "A cobertura jornalística das eleições só foi mais intensa que nos outros
anos para a Globo, que agora resolveu
tratar política com a devida importância.
Nós da Record, assim como a Band, só
damos continuidade à nossa tradição.
Por outro lado, o jornalismo do SBT, que
já foi respeitável, hoje é insipiente."
Para hoje, a Record aposta em formato
parecido com o da Band: flashes até as
17h, quando entra no ar um especial. "A
credibilidade de Boris Casoy é nosso
grande diferencial", diz Nitrini.
Já a Globo aposta numa cobertura que
não comprometa tanto sua programação de entretenimento. Serão três boletins especiais, às 8h, 17h e às 18h. A reta final da apuração e os resultados serão divulgados no "Fantástico". "Estaremos
presentes nos 26 estados e no distrito federal. Nenhuma outra emissora te essa
cobertura", afirma o diretor da Central
Globo de Jornalismo, Carlos Henrique
Schroder.
Apesar de dispor de menos recursos, a
TV Cultura promete não ficar para trás.
"Teremos repórteres por todo o Brasil",
diz o diretor de jornalismo Marco Antônio Coelho Filho, para quem o diferencial da emissora será dar prioridade à
discussão sobre a produção cultural. "O
tema foi abandonado durante a campanha e dará leveza à cobertura", afirma.
Flashes
O SBT decidiu manter sua
programação normal e dedicar às eleições flashes em intervalos e programa
jornalístico de 45 minutos, que vai ao ar
às 0h. "Não se trata de atrair público não-politizado. O SBT será opção para todos que não queiram exagero", diz o diretor
de programação Mauro Lissoni.
Também a Rede TV! optou por "cumprir com o básico", segundo seu diretor
de jornalismo, José Emílio Ambrósio. "A
cobertura de eleições se esgotou, não tem
como inovar. Não vamos perder tempo
com debates, não há o que discutir", diz.
Os canais pagos de notícia, como Globonews e Bandnews, têm como vantagem a rapidez na atualização de dados da
apuração de votos. "Temos uma tecnologia digital que permite o envio direto
dos números em tempo recorde", diz o
diretor do Bandnews, Humberto Candil.
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