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NOVELA
Gays aplaudem efeminados 'do bem'
da Sucursal do Rio
Uálber Cañedo, personagem de Diogo Vilela em
"Suave Veneno", novela
das oito da Globo, e seu assistente Edilberto (Luís
Carlos Tourinho) são
"um pouco exagerados",
concordam homossexuais
ouvidos pela Folha, mas o
que conta mesmo, dizem
em uníssono, "é que eles
são do bem".
Uálber é um guru que
mistura crenças e poderes,
um paranormal que ainda
não controla muito bem
seus dotes mediúnicos,
mas ainda assim muita
gente acredita nele. Edilberto, além de ajudante, é
também seu secretário,
confidente e motorista.
"Eles fazem o estereótipo do gay. Às vezes fica um
pouco exagerado. É até engraçado, porque eles têm
bom caráter, são do bem.
Pelo lado do misticismo
também forçam um pouco, mas ficção é assim
mesmo", diz Márcio Marins, 26, integrante do movimento de emancipação
homossexual Atobá e
adepto do candomblé.
Para Raimundo Pereira,
38, diretor do Atobá, Uálber e Edilberto "são quase
caricatura, mas não ferem
a imagem dos gays porque
não são agressivos".
"Só fico preocupado
porque as pessoas que não
conhecem nosso universo
podem achar que todos os
gays são assim, exagerados", afirma Pereira.
O fundador do Atobá,
Paulo Cezar Fernandes,
48, acredita que "mais importante do que discutir se
os personagens são exagerados é perceber o valor de
eles estarem na novela".
"Ruim seria se não se falasse do assunto. Durante
muito tempo trataram
nós, gays, como se não
existíssemos", diz Fernandes.
Mesmo porque, acredita
Rubens Pires, 36, dono do
quiosque Rainbow, na
praia de Copacabana (zona sul do Rio), frequentado por homossexuais, "o
universo gay tem mil faces,
inclusive a mostrada pelo
Diogo e o ajudante dele".
(ANNA LEE)
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