São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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EM REDE

O astro Homem-Aranha também joga teia na TV

Quadrinho cujo traço inspirou a animação clássica feita em 1967 e que sumiu da TV há anos

JOSÉ AGUIAR
FREE LANCE PARA A FOLHA

O "HOMEM-ARANHA" , atração em dezenas de cinemas brasileiros, também está na TV, embora as duas animações, em cartaz na Globo e no canal pago Fox Kids, não sejam as melhores dentre tantas já feitas com o herói.
Atração do "TV Globinho", que vai ao ar durante a semana às 10h35, "Homem-Aranha", série de 65 episódios produzidos entre 1994 e 1998, é irregular. Salvo poucos produzidos no Japão, esteticamente, a série é mal resolvida. As festejadas cenas com cenários em 3-D não "casam" com a animação tradicional. Pior: Peter Parker é um almofadinha para lá de mauricinho. Para piorar, no último episódio há o cafonérrimo encontro do herói com seu criador, Stan Lee. Ambos dão uma volta de teia encerrando uma série apenas razoável. No Fox Kids, na faixa "Insomnia", que entra no ar à 0h30, o desenho "Homem-Aranha e Seus Incríveis Amigos", de 1982, é uma versão Marvel produzida para fazer sombra aos "Superamigos" (Cartoon), que une Batman, Robin, Super-Homem, Mulher Maravilha e outros. No quarto da rapaziada, movendo um troféu, móveis e paredes giram, revelando um grande laboratório. O pânico vem quando a Tia May, inocentemente, tira o pó dos móveis. Afinal, é na casa dela que os heróis moram. Todos no mesmo quarto! E pagando aluguel. Imagine, o Aranha, o Homem de Gelo e a Estrela de Fogo... E os marmanjos arrastando a asa para a bela... Foram 24 episódios muito divertidos.

Jóia perdida Mas a melhor animação do Homem-Aranha já feita foi a primeira, de 1967. A produtora Grantay & Lawrence, a mesma que, com muita cara-de-pau e nenhum orçamento, produziu os toscos desenhos Marvel. Foram 79 episódios, exibidos nas TVs abertas brasileiras até meados dos anos 70, quando desapareceram do mapa. Um genuíno clássico.
Para conter gastos, o visual do herói foi modificado de leve. As teias do uniforme, um pesadelo para os desenhistas, restringiram-se apenas às botas, luvas e máscara. Além disso as cenas do herói balançando por entre os prédios foram infinitamente reaproveitadas.
Curiosidade: quando dublados aqui, os nomes dos personagens foram vertidos para similares na língua de Camões: Peter Parker virou o trava-língua Pedro Prado, Tia May virou Tia Maria e J.Jonah Jameson virou J. Jonas Jaime.
Mas, marcante mesmo, foi a trilha sonora com arranjos de jazz e blues e a música-tema. Regravada anos mais tarde por Ramones e Aerosmith. No Brasil, o refrão ganhou uma versão entre a garotada: "Homem-Aranha, Homem-Aranha/ Tanto bate quanto apanha...".
Mas o herói deverá ter vida longa: ainda em 2002 uma nova série, feita em animação 3-D, deve estrear na MTV dos Estados Unidos.



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