São Paulo, domingo, 9 de agosto de 1998

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Remake de "Pecado' deve preservar a trilha sonora

do enviado ao Rio

O remake da novela "Pecado Capital", da Globo, terá boa parte de sua trilha sonora idêntica à da original, exibida pela emissora entre 1975 e 1976.
A nova versão da novela deve estrear em setembro na faixa das 18h.
Sucessos da época como "Pecado Capital", de Paulinho da Viola, tema de abertura da novela, serão mantidos. É possível, segundo a autora Glória Perez, que os temas ganhem novas versões e sejam interpretados por outros cantores.
O bolero "El Día en que Me Quieras", cantado pelo grupo Pablo Hernandes y Sus Vocalistas, também continuará a fazer parte da trilha da história no remake. A música era tema de Salviano Lisboa (que será interpretado por Francisco Cuoco).
A operária Lucinha (Carolina Ferraz) deve permanecer com seus dois temas originais -"Juventude Transviada" e "Você Não Passa de uma Mulher", que dividirá com seu par romântico, Carlão Moreno (Eduardo Moscovis). As canções são de Luiz Melodia e Martinho da Vila, respectivamente.
"Haverá muitas músicas repetidas. "Pecado Capital' será a abertura. Só não posso dizer se elas serão regravadas", conta Glória.
A escritora pretende homenagear os atores que fizeram a primeira versão de "Pecado". Numa das cenas, por exemplo, a atriz Betty Faria (a Lucinha dos anos 70) aparece tirando fotos ao lado de Carolina Ferraz (a mesma personagem na versão anos 90).
O remake terá novos personagens e novos núcleos. Um dos principais deles, o bairro de Marechal Hermes (zona oeste do Rio), não existia nos anos 70.
Para retratar com fidelidade o local onde a trama se desenvolve, a escritora abordará temas relativos ao cotidiano do subúrbio.
"Em toda novela que eu faço, retrato um bairro real. Sempre entro em contato com a associação dos moradores e peço para eles me explicarem quais são os principais problemas do bairro. Em "Pecado Capital' também quero mostrar uma reivindicação dos moradores."
Glória cita a novela "Partido Alto", exibida pela Globo em 1984, na qual descrevia o bairro do Encantado (zona norte do Rio). O local sofria com a falta de transporte público, uma reclamação comum entre seus moradores.
"Na novela, então, as personagens vinham andando sempre com sapato na mão, exaustas e xingando. Ao final da novela, os moradores ganharam mais ônibus", lembra.
A escritora afirma ainda que, em todas as suas obras, tenta "cumprir um papel social". "Isso é uma marca minha. Em 'De Corpo e Alma', aumentou o número de doadores de órgãos no país. Em "Explode Coração', muitas crianças foram encontradas."
Transplante e doação de órgãos, bem como crianças desaparecidas, nessa ordem, foram temas abordados por essas novelas.
(RD)



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