SÉRGIO DÁVILA
de Nova York

O reality show "Big Brother", que a CBS exibe diariamente nos EUA e é um dos campeões de audiência da emissora, também teve problemas com racismo envolvendo um participante negro. Mas aqui a polêmica foi diferente.
Logo após o início do programa, em 5 de julho, jornalistas descobriram que William Collins, 28, descrito na biografia do site da rede como "um rapaz com muitos interesses", era na verdade Hiram Ashantee, um militante do grupo racista negro Novos Panteras Negras.
A descoberta aconteceu enquanto William Collins ainda fazia parte do programa e causou polêmica. A direção da emissora negou que soubesse qualquer ligação dele com grupos radicais, mas disse que não iria tirá-lo de "Big Brother" por causa disso.
Como os participantes ficam isolados do mundo, sem jornais, telefones e televisão, Collins não estava a par do que ocorria envolvendo seu nome -o acordo da emissora é só interromper o show em caso de morte nas famílias dos participantes ou de guerra.
Isso redobrou a atenção da audiência sobre ele, que passou a ver traços racistas em cada frase que William/Ashantee falava. Logo que sua verdadeira identidade foi revelada, o líder do grupo Novos Panteras Negras veio a público para repreender o discípulo.
"Outro dia, eu vi ele tocando numa mulher branca no show", disse Khalid Abdul Muhammad, numa entrevista coletiva. "Este não é o Ashantee que eu conheci, ele deve estar amolecendo."
E mais: "Ele vai ter de dar explicações para seus irmãos negros", disse Muhammad , que é ex-líder do também grupo racista Nação do Islã, de onde foi expulso por ter dito que os judeus eram "sanguessugas". "Nós o ouvimos orar. Ele sabe que a mulher branca é o demônio. Não um demônio, mas o demônio."
William Collins/Hiram Ashantee foi excluído do programa por seus companheiros na semana passada -segundo as regras do "Big Brother", a cada 15 dias a audiência escolhe dois dos participantes que podem ser expulsos e os internos decidem qual dos dois será efetivamente eliminado.
Então, pediu desculpa por não ter dito tudo sobre sua vida e, segundo declarou, não pretende mais voltar a se juntar aos Novos Panteras Negras.
Agora, os olhos se voltaram ao comerciante George, 41 (o sobrenome não é revelado até que eles saiam), que ainda participa do programa: descobriram que há 12 anos ele matou uma pessoa por acidente durante uma caçada...



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