São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 1997.

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CAPA
`Indomada' é filha do preconceito

Divulgação
Adriana Esteves como Eulália, nas duas primeiras fases da novela; na terceira parte, a atriz é Helena


do enviado especial

Eulália (Adriana Esteves) é irmã de Pedro Afonso (Claudio Marzo). São herdeiros da tradicional família Mendonça e Albuquerque, donos da usina de açúcar Monguaba e de quase tudo em Greenville.
Nos anos 70, quando a cidade e os Mendonça e Albuquerque já estão decadentes, Eulália acaba se apaixonando por José Leandro (Carlos Alberto Ricceli), um cortador de cana que trabalha para sua família.
Pedro Afonso descobre o romance e, furioso, ameaça matar Zé Leandro. Afinal, não admite que um simples empregado se envolva com alguém da sua família -o que seria uma desonra.
Zé Leandro foge de Greenville, após, sob juras de amor, prometer voltar -com muito dinheiro- para buscar Eulália.
Meses depois, nasce Lúcia Helena, filha do amor proibido -pelo preconceito social- de Eulália e Zé Leandro. A ``poética'' Eulália, como define Adriana Esteves, 27, passa então a compartilhar com a filha a esperança de fugir com o amado.
Quinze anos depois, Zé Leandro cumpre a promessa e volta com o dinheiro que juntou no garimpo. A novela está na segunda fase (segunda semana de exibição) e Helena é interpretada por Leandra Leal.
Antes do retorno de Zé Leandro, entra na história o forasteiro Teobaldo Faruk (José Mayer), que se interessa por Eulália.
Eulália e Zé Leandro armam um plano de fuga, mas acabam morrendo tragicamente em um naufrágio. Heróico, Teobaldo salva Helena e a manda estudar na Inglaterra. A menina promete voltar para se casar com Teobaldo e resgatar o nome da família.
Passam-se sete anos, a novela já está na terceira fase (e terceira semana). Helena (agora vivida por Adriana Esteves) retorna a Greenville, culta e corajosa -como a personagem Marina, também feita por Adriana Esteves, de ``Pedra Sobre Pedra''.
``A Helena volta para resgatar o patrimônio da família. Seu caráter é forte, sua sabedoria é grande. Ela é uma mulher dos anos 90'', assinala Adriana, que não sabe dizer o porquê de sua personagem ser a ``indomada'' do título. ``É um nome forte'', arrisca, insinuando que se trata mais de marketing do que de característica do personagem.
``A grande questão (na terceira fase) será saber se ela vai cumprir a promessa de se casar com Teobaldo'', completa a atriz.
Os Mackenzie
Enquanto se desenvolve a saga inicial, o roteiro vai apresentando o ``universo'' criado por Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares e executado por Paulo Ubiratan (direção geral), Marcos Paulo, Roberto Naar e Luiz Henrique Rios (diretores).
Logo no primeiro capítulo, a britânica Greenville -cuja padroeira é Santa Margarida da Escócia- está toda decorada para receber seu político mais ilustre, Pitágoras Willian Mackenzie (Ary Fontoura).
A sinopse da novela define Pitágoras como um político nefasto, que chegou a ser ministro, mas, corrupto, se mete em escândalos e acaba exonerado.
Pitágoras se elege deputado e investe no genro, Ypiranga Pitiguary (Paulo Betti), que se torna prefeito de Greenville.
Ypiranga, casado com a insaciável Scarlet Mackenzie Pitiguary (Luiza Tomé), gosta de obras faraônicas.
Os desmandos de Ypiranga encontram resistência na juíza Mirandinha de Sá Maciel (Betty Faria). A juíza se torna sua principal opositora e tenta barrar, com medidas judiciais, os projetos polêmicos do prefeito.
No meio dessa briga, surge outra história de amor proibido: a filha de Ypiranga, Carolaine (Nivea Stelmann), se apaixona por Felipe (Mateus Rocha), filho de Mirandinha.
A vilã
Quando Helena volta a Greenville, nos anos 90, os Mendonça e Albuquerque estão falidos.
Viciado em jogos de azar, Pedro Afonso perdeu quase tudo para Teobaldo -agora o novo dono da cidade- no British Club, o cassino de Greenville, que ainda tem um bordel, a Casa de Campo, administrado por Zenilda (Renata Sorrah).
A grande vilã de ``A Indomada'' é Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque (Eva Wilma), mulher de Pedro Afonso.
Ela é apresentada na sinopse como ``má, mesquinha, avarenta, estúpida, soberba, ambiciosa, invejosa, falsa carola e pecadora das boas''.
Casou-se por interesse e só mantém relações com Teobaldo porque ele mantém a família.
Persegue Zenilda e as mocinhas da Casa de Campo e, na terceira fase, vira antagonista de Helena, atrapalhando os planos da sobrinha.
Eva, 63, diz que sua personagem vive uma luta acirrada pelo poder. ``É uma vilã psicopata.''
``Eu te amo sério''
Para José Mayer, 48, seu personagem é um ``galã romântico e heróico, ligado a ações''.
Antes de fazer o par central da novela, com Adriana Esteves, ele sofrerá uma transformação -do comerciante de origem árabe, que usa turbante- ao novo rico, que tenta imitar a elite.
Segundo Mayer, a novela é muito bem-humorada. Cabe a ele, e a Adriana Esteves, o ``eu te amo sério''.
No caminho de Teobaldo, surgirá Artêmio (Marcos Frota), definido com um outsider. O personagem fora abandonado, recém-nascido, na porta dos Mendonça e Albuquerque. Desde pequeno, vive a ilusão de se casar com Helena. É tímido e tem um único amigo, Emanoel Faruk (Selton Melo), filho de Teobaldo.
Segundo a sinopse da novela, Helena, ``que não tem o amor como prioridade'', vai se envolver em um triângulo amoroso -com Teobaldo e Artêmio.
Outra história de amor, entre Mirandinha e seu assistente Egydio Ferreira (Licurgo Spínola), vai criar um casal moderno. Como a juíza se dedica demais à luta contra a corrupção, Egydio exercerá o papel de ``dono-de-casa''.
Haverá, ainda, outro ``grande romance'', entre o golpista Sérgio Murilo (Cassio Gabus Mendes) e a prostituta Dinorah (Carla Marins). Sérgio chega à cidade e acaba se hospedando na Casa de Campo, devido a uma crise renal. Eles se envolvem e vivem uma ``história insólita: a do rim roubado'', segundo a sinopse.
(DANIEL CASTRO)

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