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Os três meios de envelhecer
DA REPORTAGEM LOCAL
"Envelhecer" costuma ser diferente na TV, no cinema e nos palcos.
"A maquiagem de novelas não pode ser tão trabalhada como as do
cinema, por falta de tempo hábil",
diz o maquiador Vavá Torres, que
trabalhou na novela "Porto dos
Milagres" e em vários longas.
Além da pressa que caracteriza
as gravações de TV, profissionais
de cinema e teatro ouvidos pela
Folha citaram outras diferenças.
"No teatro, você aceita a velhice de
um personagem pela habilidade
do ator, mas isso exige muito ensaio. Na TV, pintar o cabelo de
branco às vezes já é suficiente. O
ator lê o texto uma vez e vai gravar", diz Eduardo Tolentino, diretor teatral, do grupo Tapa.
Para Beto Brant, diretor de "Os
Matadores" e "Ação entre Amigos", filmes cujas narrativas alternavam presente e passado, a imagem de TV pode dificultar a caracterização de passagem do tempo.
"A definição da imagem do vídeo é
menor. Problemas na caracterização podem ficar mais evidentes."
O maquiador Leopoldo Pacheco
corrobora essa visão. "Na TV, a câmera está na cara do ator, a coisa
fica gritante." Pacheco, que já teve
de fazer uma atriz "envelhecer" algumas décadas em "Fragmentos
Troianos", conta não ter usado recursos de envelhecimento "televisivos" como próteses ou a aplicação de silicone sobre a pele. "Usei
luzes e sombras, salientei partes do
rosto, clareei a ossatura e escureci
as partes que queria que se parecessem com pele velha, flácida."
(BRUNO GARCEZ)
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