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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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CRISE

Sem verba, TV Cultura está quase parada

RODRIGO RAINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

OS DIRETORES de núcleo da TV Cultura estão reticentes quanto à perspectiva de independência financeira do canal, que teria menos apoio do governo do Estado, hoje responsável por cerca de 70% da receita -R$ 89,9 milhões neste ano.
"Seria um desserviço à TV pública. Sem o apoio, o telespectador não teria uma alternativa de ver o mundo, sem a influência do mercado e da busca pela audiência", diz o diretor de jornalismo, Marco Antônio Coelho. "Não exibimos gente tentando enfiar uma bala na cabeça", afirma ele, em referência aos programas policiais sensacionalistas. Coelho defende o apoio estatal a alguns programas. "Há os que não podem depender do mercado, como os educativos e o "Roda Viva". São patrimônios da sociedade, não podem ser influenciados por outros interesses, como televenda." O núcleo de documentários, que mantém parceria com produtoras independentes desde 1998, é citado como um exemplo de sucesso de gestão afinada com o mercado. "Havia um conceito de que tudo deveria ser criado e produzido pela Cultura. Agora, exibimos conteúdo que vem da sociedade, de produtoras independentes", diz o diretor do núcleo, Mario Borgneth. Com as co-produções, a emissora passou a mostrar mais de 50 documentários inéditos por ano. O único projeto da área totalmente custeado pela Cultura é o "Caminhos e Parcerias", cujo ritmo de produção caiu em 2003 por causa da crise financeira -não serão exibidos 14 programas inéditos como em 2002. Dificuldades
Com R$ 19 milhões bloqueados pelo governo, as produções estão sofrendo. No "Bem Brasil" e no "Ensaio", por exemplo, equipamentos de som estão obsoletos, segundo Pedro Vieira, coordenador dos musicais. Os cenógrafos do "Vitrine", que está parado, e do "Zoom" não têm material para trabalhar. "Planeta Terra" e "Nossa Língua Portuguesa" também dependem do dinheiro do Estado para continuar.


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