São Paulo, Domingo, 18 de Julho de 1999
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TESTE
Animador diz que odeia Lulu Santos e as "videocassetadas", mas admira Ratinho, Marluce e Silvio Santos
Para quem você tira o chapéu, Raul?

Lili Martins/Folha Imagem
O apresentador Raul Gil no cenário de seu programa onde é gravado o quadro "Chapéu"


da Reportagem Local

Esquecido no início da década, quando chegou até mesmo a ficar desempregado, Raul Gil, 61, agora é líder de audiência e virou alvo de especulações entre emissoras, mas diz que cumpre seu contrato na Rede Record até o ano 2002. "Só saio daqui se o bispo não me quiser mais. Além disso, minha multa contratual é de US$ 15 milhões", conta.
E quem poderia conquistar a atenção do apresentador? No estilo do quadro "Chapéu", em que convidados saúdam ou condenam pessoas ou instituições cujos nomes são escritos em chapéus, Raul Gil falou à Folha sobre as pessoas para as quais tira e para as quais não tira o chapéu.
Marluce Dias da Silva, diretora-geral da Globo, não seria mal recebida. "Não sei se tiro o chapéu, não a conheço. Ela trabalha duro pela Globo e eu a respeito."
O dono do SBT, Silvio Santos, está bem cotado com Raul. "Tiro sim. É o maior homem de TV do Brasil. Não me recebe há dez anos, me esqueceu quando precisei de ajuda, mas o admiro."
Apesar dos atritos por vê-lo imitando justamente seu quadro do chapéu no SBT, Raul Gil tira o chapéu para Ratinho. "Ele é inteligente e engraçado. Se ficar sério perde audiência e sai do ar."
Raul aproveita também para alfinetar o apresentador do SBT: "Só eu consigo ficar quatro horas seguidas na frente da Globo. O Ratinho ganha por alguns minutos e comemora", diz.
Ana Maria Braga também merece a consideração de Raul Gil. "Ela é uma batalhadora. Transformou um programa de culinária em uma atração imperdível", diz.
Para Marta Suplicy, Raul Gil afirma que, se a ex-deputada não fizer propaganda política em seu programa na Bandeirantes, ele tira o chapéu para ela. "A Marta é inteligentíssima."
Sobre os pagodeiros Netinho e Salgadinho, do "Samba, Pagode e Cia.", programa da Globo que foi derrotado por ele seguidas vezes e acabou sendo tirado do ar, Raul tem duas opiniões: "Para os pagodeiros -especialmente o Netinho, que faz caridade- eu tiro o chapéu, sim. Mas, para aquele programa, eu não tiro o chapéu de jeito nenhum", diz.
Raul Gil citou ainda o nome de dois desafetos, para quem ele nunca tiraria o chapéu. Um deles é o cantor e compositor Lulu Santos, que teria dito que não se apresentaria mais em programas como o dele. "Ele falou isso, e me ofendeu profundamente. Quando começou, no entanto, ele gostava de ir ao meu programa."
O outro é Paulo Maluf, o ex-prefeito de São Paulo. "Na década de 80, fiz campanha de graça porque gostava dele. Quando fiquei desempregado e fui pedir ajuda, ele nunca me recebeu. Só é amigo antes das eleições. Eu não tiro o chapéu para gente assim", afirma.
Raul também se irrita ao falar das "pegadinhas". Embora ele as use em seu programa, que vai ao ar nas tardes de sábado na Record, Raul Gil diz que odeia esse tipo de quadro.
"Tenho que usar porque isso dá ibope. Mas não aceito brincadeiras com crianças, velhinhos ou com armas de fogo."
Para Raul, pior que as "pegadinhas", só mesmo as "videocassetadas". "Acho um horror ver as pessoas caindo e se machucando. É inadmissível rir daquilo", afirma.
Por falar em ibope, Raul se diz um aficionado sobre o tema. Ele tem até mesmo em sua casa um monitor no qual acompanha o sobe-e-desce dos índices de audiência.
"Essa disputa me dá tesão para fazer um programa cada vez mais interessante", conclui.


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