São Paulo, domingo, 18 de outubro de 1998

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INTERNACIONALIZAÇÃO
Emissora cria birô para a venda de imagens de programas jornalísticos e documentários
Globo monta agência de notícias

RUI DANTAS
da Reportagem Local

A partir desta semana, a Globo vai estruturar uma agência de notícias internacional, a Agência Globo de Notícias.
Por meio do birô, a emissora pretende triplicar a receita com a venda de imagens de suas reportagens e documentários no exterior.
Atualmente, a Globo comercializa cerca de US$ 1 milhão ao ano. A meta da Divisão de Vendas Internacionais (DVI), departamento que gerencia o novo órgão da emissora, é atingir US$ 3 milhões já em 1999.
"A agência é um produto extremamente rentável, que se pagará em pouquíssimo tempo", calcula o diretor da DVI Orlando Marques, 50. O diretor não revelou o custo de implantação da agência.
Para ter uma idéia, cada imagem de 30 segundos é vendida a emissoras do exterior por um preço que pode variar entre US$ 300 a 700.
Em maio, às vésperas da Copa da França, quando foi anunciado que o atacante Romário fora cortado da seleção brasileira, a Globo vendeu imagens do jogador no momento de sua contusão, em um jogo do Flamengo, para centenas de emissoras de todo o mundo.
Segundo Marques, são muitos os motivos que levaram à criação da Agência Globo de Notícias.
"Além da geração de receita, a emissora vai estar divulgando a Globo no mundo inteiro, com a exibição de seu logotipo nas imagens", avalia.
A emissora também vai reorganizar sua "library" -o arquivo de imagens de documentários- para compilar programas que possam ser comercializados com emissoras no exterior.
O principal produto cujas reportagens serão revistas será o "Globo Repórter". O programa já exibiu vários documentários acerca de temas que, segundo Marques, têm uma boa aceitação internacional.
"Podemos editar todos os "Globo Repórter' que já falaram de Amazônia ou Pantanal e vender o produto final em formato de documentário em série. Isso agrada a clientes europeus e norte-americanos", diz.
O gerenciamento da Agência Globo de Notícias caberá ao jornalista Roberto Lestinge, 44, que trabalhou no escritório da emissora em Los Angeles (EUA) por cerca de 14 anos.
"A importância das notícias sobre o Brasil no exterior hoje em dia é muito maior do que os brasileiros imaginam", afirma Lestinge.



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