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MERCADO
Setor faz feira em São Paulo e aposta em novas concessões e na integração com a Internet
TV paga 'desafia' crise mundial
DANIEL CASTRO
da Reportagem Local
Apesar de estagnado desde a crise asiática, em outubro do ano passado, o
emergente mercado brasileiro de TV por assinatura
abre otimista, nesta terça,
em São Paulo, a maior feira do setor na América Latina, a sétima realizada no
país e a "primeira de Primeiro Mundo", como
anuncia a organização.
Os principais executivos
de TV paga -cujo número de assinantes estacionou em cerca de 2,3 milhões em 98- apostam em
um crescimento no mínimo "razoável", para 99,
impulsionado pela outorga de 150 novas concessões
até o fim do ano (hoje existem 104) e na integração da
TV com a Internet.
A ABTA'98 (feira e congresso da Associação Brasileira de Telecomunicações por Assinatura) terá
330 expositores (290 no
ano passado), em uma
área de 10 mil metros quadrados -o dobro de 97.
Entre os expositores,
43% são estrangeiros. Gigantes internacionais das
telecomunicações estarão
no evento, entre eles Disney, Turner, General Instruments, Microsoft etc.
Restrita a profissionais
do mercado, a ABTA'98
reúne operadores (como
Net), programadores (como Globosat e HBO) e fabricantes de equipamentos
(como Philips).
A organização prevê um
volume de negócios de cerca de US$ 1,6 bilhão e 14
mil visitantes (6 mil em
97). O evento acontece no
International Trade Center, na avenida Engenheiro
Roberto Zuccolo, Vila
Leopoldina (zona noroeste
de São Paulo).
"Enfrentamos um 98 difícil, devido à crise, e, depois de crescer dez vezes
em cinco anos, o mercado
parou. Mas atingimos a
maturidade. A indústria de
TV paga no Brasil, com
apenas oito anos de existência, já é um mercado
sólido", diz Moysés Pluciennik, presidente do
conselho da ABTA.
Para Álvaro Alexandre
Annenberg, presidente da
entidade, as novas concessões devem dobrar o número de assinantes -5
milhões até 2001.
Segundo Álvaro Pacheco, diretor-social da ABTA, as novas concessões
deverão consumir pelo
menos US$ 400 milhões
em investimentos em 99.
"Hoje o mercado brasileiro de TV paga é o mais
atraente do mundo", diz.
Convergência
Outros fatores que animam os executivos do setor são o sucesso da privatização da Telebrás e a integração TV paga/Internet.
A tendência são as operadoras deixarem de serem
apenas distribuidoras de
TV e passarem a oferecer
vários serviços.
As operadoras de cabo,
por exemplo, poderão ser
parceiras das empresas-espelhos, futuras concorrentes das telefônicas privatizadas. As empresas-espelhos devem usar as redes
de cabo das operadoras.
As redes de cabo e os sistemas de TV paga por satélite e microondas também
devem tornar-se opção para o tráfego de dados.
Na feira da ABTA, a Philips do Brasil vai apresentar um equipamento que
permitirá ao assinante de
TV paga acessar a Internet
com velocidade no mínimo 1.500 vezes maior do
que por telefone.
O equipamento, chamado plataforma aberta interativa CleverCast PC, deverá estar no mercado até
o final do ano e custará ao
usuário/assinante cerca de
R$ 400, anuncia a Philips.
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