São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"LUNA CALIENTE"

Diretor leva cinema para a TV

da enviada a Santa Cruz do Sul

O diretor Jorge Furtado está fazendo cinema na televisão. "Luna Caliente", produzida em 35 milímetros, tem luz de cinema -a cargo do fotógrafo José Tadeu Ribeiro, que já ganhou vários Kikitos de fotografia em Gramado- e está sendo realizada por um equipe de cinema -a produtora de Furtado, a Casa de Cinema, que já produziu 32 curtas-metragens, entre eles o premiado "Ilha das Flores".
Também tem orçamento de cinema, de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, um investimento alto para um programa de televisão -cada capítulo de novela na Globo custa em média cerca de R$ 80 mil.
O tempo, 198 minutos, equivale a dois longas-metragens. Será exibida em quatro capítulos.
"Quando é uma minissérie de 31 episódios, como foi "Hilda Furacão', o investimento é diluído. Mas no nosso caso, com quatro capítulos, não há como. Fica caro mesmo", diz Furtado.
O investimento é justificado, segundo o diretor, "porque produtos realizados em película, com melhor qualidade, têm maior aceitação no exterior e são negociados a preços bem superiores aos de produções em videotape".
O formato de microsséries já tinha sido pensado por Furtado em 1989, quando, junto com Guel Arraes, roteirizou para o projeto "Brasil Especial", exibido na Globo na "Terça Nobre", alguns textos da literatura brasileira, como "O Alienista", de Machado de Assis, e "O Homem que Falava Javanês", de Lima Barreto.
"Nesse projeto sentimos que muitos textos dariam mais de um capítulo, mas não uma minissérie de 20 episódios. Desde aquela época, pensamos em fazer esse formato que agora estamos realizando", afirma Furtado.
Ele conta que o projeto inicial seria para cinco séries de quatro capítulos, sobre o tema "Brasil - 500 Anos". Mas, "por estratégia de programação", o projeto não foi adiante.
Como experiência, este ano serão realizadas apenas duas microsséries: "Luna Caliente" e "Auto da Compadecida", adaptada por Guel Arraes do livro homônimo do escritor Ariano Suassuna.
Furtado tem como prazo para entregar a série à Globo o dia 8 de dezembro. Mas nem "Luna Caliente" nem "Auto da Compadecida" têm data de estréia definida.
"Estabeleço prazos porque tenho de planejar a utilização de equipamentos e outros fatores que envolvem uma produção. Mas isso não significa que o programa entrará no ar na data marcada para a entrega", diz Marluce Dias da Silva, superintendente-executiva da Globo.
"Além disso, muitas pessoas que têm projetos usam a imprensa para divulgar prazos que não existem, como forma de pressionar a emissora. Evidentemente, esse não é o caso de "Luna Caliente'."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.