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"LUNA CALIENTE"
Diretor leva cinema para a TV
da enviada a Santa Cruz do Sul
O diretor Jorge Furtado está fazendo cinema na televisão. "Luna Caliente",
produzida em 35 milímetros, tem luz de cinema
-a cargo do fotógrafo José Tadeu Ribeiro, que já
ganhou vários Kikitos de
fotografia em Gramado-
e está sendo realizada por
um equipe de cinema -a
produtora de Furtado, a
Casa de Cinema, que já
produziu 32 curtas-metragens, entre eles o premiado "Ilha das Flores".
Também tem orçamento
de cinema, de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, um
investimento alto para um
programa de televisão
-cada capítulo de novela
na Globo custa em média
cerca de R$ 80 mil.
O tempo, 198 minutos,
equivale a dois longas-metragens. Será exibida em
quatro capítulos.
"Quando é uma minissérie de 31 episódios, como
foi "Hilda Furacão', o investimento é diluído. Mas
no nosso caso, com quatro
capítulos, não há como.
Fica caro mesmo", diz
Furtado.
O investimento é justificado, segundo o diretor,
"porque produtos realizados em película, com melhor qualidade, têm maior
aceitação no exterior e são
negociados a preços bem
superiores aos de produções em videotape".
O formato de microsséries já tinha sido pensado
por Furtado em 1989,
quando, junto com Guel
Arraes, roteirizou para o
projeto "Brasil Especial",
exibido na Globo na "Terça Nobre", alguns textos
da literatura brasileira, como "O Alienista", de Machado de Assis, e "O Homem que Falava Javanês",
de Lima Barreto.
"Nesse projeto sentimos
que muitos textos dariam
mais de um capítulo, mas
não uma minissérie de 20
episódios. Desde aquela
época, pensamos em fazer
esse formato que agora estamos realizando", afirma
Furtado.
Ele conta que o projeto
inicial seria para cinco séries de quatro capítulos,
sobre o tema "Brasil - 500
Anos". Mas, "por estratégia de programação", o
projeto não foi adiante.
Como experiência, este
ano serão realizadas apenas duas microsséries:
"Luna Caliente" e "Auto
da Compadecida", adaptada por Guel Arraes do livro homônimo do escritor
Ariano Suassuna.
Furtado tem como prazo
para entregar a série à Globo o dia 8 de dezembro.
Mas nem "Luna Caliente" nem "Auto da Compadecida" têm data de estréia definida.
"Estabeleço prazos porque tenho de planejar a
utilização de equipamentos e outros fatores que envolvem uma produção.
Mas isso não significa que
o programa entrará no ar
na data marcada para a entrega", diz Marluce Dias
da Silva, superintendente-executiva da Globo.
"Além disso, muitas
pessoas que têm projetos
usam a imprensa para divulgar prazos que não
existem, como forma de
pressionar a emissora. Evidentemente, esse não é o
caso de "Luna Caliente'."
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