São Paulo, Domingo, 27 de Junho de 1999
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Apresentadora assume ser 'brega'

da Reportagem Local

Ana Maria Braga assinou na última terça-feira um contrato, de valor não revelado, com a Rede Globo por quatro anos.
Ana Maria -que diz não ter vergonha de ser chamada de "Ana Maria Brega"- garante que vai manter todas as características que fizeram o seu sucesso na Record: as luvas sem dedos, o Louro José, os merchandisings e o hábito de comer os pratos preparados pelos convidados e passar por debaixo da mesa. O programa tem estréia prevista para agosto.
Mas a ida para a Globo, segundo especialistas, não garante a repetição do sucesso da apresentadora na Record.
"Ana Maria Braga tende a sumir dentro da programação da Globo, com um programa menor. Lá, ela será mais uma e não terá o prestígio que tinha na Record", afirma Daniel Barbará, diretor comercial da agência de publicidade DPZ.
Segundo ele, a contratação de Ana Maria pela Globo é, mais do que o interesse na apresentadora, um desejo de anular a audiência da concorrência que está incomodando. "Essa estratégia de tentar agradar tanto à classe A como à classe D não dá certo porque acaba não satisfazendo a nenhuma delas."
Fora do ar até agosto, a apresentadora completará quase quatro meses sem um programa. "A ida para uma grande emissora, ficando tanto tempo fora do vídeo, é um risco para qualquer apresentador de médio porte", diz Claudio Venancio, diretor de mídia da agência de publicidade Fischer América.

Sem revidar
Mas nada disso parece abalar Ana Maria Braga, que se recusa educadamente a responder às críticas feitas pela Rede Record -como a acusação de ter abandonado o emprego.
Ana Maria admite que a ida para uma emissora como a Globo, que admite retirar do ar os programas que não satisfazem imediatamente suas expectativas, lhe deixa insegura.
"É claro que gera insegurança, mas, se o programa for tirado do ar, posso ir para outro lugar dentro da emissora, já que meu contrato é de quatro anos", conforma-se.
Apenas a periodicidade -de segunda a sexta- e um protótipo de cenário do programa estão decididos. Horário, formato e nome ainda não foram definidos. "Posso garantir que será um programa que vai atingir as mulheres das classes A a D, além dos adolescentes", afirma ela, que tem em contrato a possibilidade de ter um programa noturno no ano que vem. "Não me importo em qual hora o programa diário será exibido. Estando na Rede Globo, qualquer hora é boa. Para mim, não faz diferença."
Com a possibilidade de fazer um programa de, no mínimo, uma hora ao vivo, Ana Maria ainda se deslumbra com o fato de ter ido para a Globo: "Lá vou ter uma pessoa para cuidar do meu figurino, da maquiagem, da luz, de tudo. É só levar a minha vontade de trabalhar".
Segundo ela, todo artista sonha em ir para a Globo. "Eu sonhava em trabalhar no SBT e depois, na Globo. Queimei uma etapa", comemora.
(AS)


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