Professora da Unesp revela que, em alguns casos, relação entre fã e ídolo demonstra patologia

da Reportagem Local

A relação que alguns telespectadores têm com a trama e os atores de novelas muitas vezes é patológica, de acordo com a professora Vera Rezende, 49, doutora em psicologia pela Unesp.
Vera, em conjunto com o Núcleo de Telenovela da USP, está desenvolvendo pesquisa sobre a recepção dos teledramas pelo público, que deve ser publicada em outubro deste ano.
"Ter fixação por uma atriz ou ator pode fazer com que o espectador crie uma relação imaginária patológica com eles", explica Vera.
Segundo a professora, "é impossível generalizar, pois cada caso é um caso". Na maioria das vezes, a busca excessiva por novelas pode demonstrar uma fragilização da personalidade.
"Eu enquadraria os casos de pessoas que são fanáticos por determinado ator ou atriz como exemplos de obsessões ou compulsões."

Defesa

A professora Maria Aparecida Baccega, 55, coordenadora do núcleo da USP, defende o gênero e diz que a telenovela está no imaginário do brasileiro.
"Nossa população é absolutamente alfabetizada em telenovela. O melodrama é característica do latino-americano, mas empolga o mundo todo", diz.
A professora afirma ser melhor ver telenovela brasileira do que "o sangue dos seriados americanos".
Outra especialista no assunto, a professora da ECA/USP e escritora de novelas Renata Pallottini, 67, acha que o teledrama não está em decadência como afirmam alguns, baseados na recente queda de audiência do gênero.
"A concorrência, devido à enorme quantidade de telenovelas no ar, faz com que a audiência diminua, mas não é necessariamente sinal de decadência", diz.



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