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NA BANHEIRA COM GUGU
Apresentador, que tem contrato com o SBT até 2002, diz não querer mais tempo no ar; o que ele quer mesmo é uma emissora só sua
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"Eu quero a minha emissora de TV!"
Ele é o líder nas tardes de domingo, mas não
gosta do termo "guerra da audiência". Gugu
Liberato, apresentador do "Domingo Legal", adora TV, mas odeia programas de televendas, tênis e automobilismo.
Seu sonho é ter uma emissora, mas diz não
ter cacife para comprar o SBT ou a Manchete, apesar de faturar mais de US$ 100 mi por
ano. Enquanto disputa a concessão de um
canal no Paraná, Gugu fala sobre seu futuro.
FRANCISCO MARTINS DA COSTA
Editor do TV Folha
Qual o futuro que você vê para essa
guerra dominical da audiência?
Não gosto dessa expressão "guerra de
audiência". Existe sim uma disputa normal, que já se tornou comum também
em outros horários e dias da semana.
Quanto ao futuro, acredito que o caminho natural é uma reciclagem que vai
acontecendo aos poucos e constantemente. O "Domingo Legal" que fazíamos
há quatro anos era totalmente diferente
do exibido atualmente. Nos adaptamos
ao momento que estamos vivendo, sem
mudanças radicais. O programa muda
todas as semanas. Um dia abordamos
um fato relevante, no outro um artista
que foi noticia na semana, num outro
uma rebelião na Febem... Tudo costurado com musicais, atrações divertidas e
entrevistas. Nunca entro no palco com o
programa fechado.
Você se enxerga trabalhando em outra emissora?
Não consigo imaginar isso. Minha história foi construída no SBT e lá me sinto
em casa. Agora, o futuro, a gente nunca
sabe. Se depender da minha vontade,
permanecerei no SBT, onde tenho contrato até 2002. Não vejo uma outra emissora me dando o mesmo espaço para fazer meu trabalho da maneira que faço no
SBT. Oficialmente, não recebi nenhuma
proposta de outras emissoras. Isso não
impede que eu tenha amigos em outras
emissoras. Como produtor, até temos
um programa exibido na Record, o "Escolinha do Barulho".
Além desse, que projetos estão sendo
tocados pela sua produtora?
Temos o projeto de um programa feminino que deve estrear em breve na
Bandeirantes e outro, sobre a noite paulistana, que estou tocando com o Klaus
Ebone para a CNT/ Gazeta (título provisório "Klaus, o Kamaleão").
Além da produtora, quais são seus
outros negócios?
Bem, tenho o Fantasy Acqua Club, o
Parque do Gugu, o Posto do Gugu e 24
Lojas do Gugu. Também invisto em empreendimentos imobiiários (incorporações). Tenho ainda cerca de 50 produtos
licenciados com minha marca.
Tem projetos para a Internet?
Já fui sócio de um pequeno provedor
(em 97/98). Deixei o negócio pois trata-se de um universo ocupado por megaempresas que precisam concentrar
seus esforços para acompanhar os avanços tecnológicos. Não tenho planos de
investir ou ser sócio de algum provedor
Qual a pior coisa que você já viu?
Jamais esqueci de uma cena que vi no
"Aqui & Agora", quando uma pessoa se
suicidou diante das câmeras.
Seu programa já foi acusado de fraude. Como você diria que isso influiu na
sua credibilidade junto à audiência?
Não influenciou em nada na audiência, até porque a acusação não tinha fundamento. O público não reagiu negativamente. Quando uma acusação não
têm fundamento, ela se esvazia.
E sobre o quadro da banheira e as
pegadinhas? Muitos de nossos leitores
não apreciam aquelas pegadinhas que
assustam de verdade e levam as vítimas ao choro ou ao desespero...
Sempre existirá gente protestando e
gente pedindo novas pegadinhas. É claro que elas são de verdade, senão seríamos acusados de fraude. Mas elas são
encomendadas por algum amigo da pessoa ou parente. É um quadro que agrada
o publico. O "Telegrama Legal" é uma
atração de enorme sucesso. É uma brincadeira saudável, e nunca exibimos nenhuma pegadinha sem a autorização das
pessoas envolvidas. O importante é saber a hora certa de tirar um quadro do ar
e criar novidades.
O que você acha dessa "cruzada" pela ética e por qualidade na TV? Que
mecanismo de controle você acha que
é o mais recomendável?
Sou a favor daquele aparelhinho que
controla os aparelhos de TV, o V-Chip.
Na minha opinião, é a maneira mais democrática de estabelecer limites, de
acordo com o pensamento e filosofia de
cada família. Uma maneira de controlar
o que se assiste sem cair no perigo da
censura transformada em lei. Cabe aos
pais decidir o que os filhos podem ver.
Você gostaria de ter um outro programa ou mais tempo no ar?
Nem pensar! Isso é inviável. Não sou
louco. Gostaria é de ter uma emissora.
Estou concorrendo a uma concessão em
Curitiba. Acredito ter potencial e capacidade para tocar um negócio como este.
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