|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍCIA
Três policiais civis, condenados pela Justiça, vão deixar o serviço público; advogada do grupo recorreu da condenação
Extorsão afasta investigadores da Dise
KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE
Três investigadores da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) de São José dos
Campos foram exonerados do
cargo pela Secretaria de Estado da
Segurança Pública depois de serem condenados por extorsão.
A decisão da secretaria foi publicada no "Diário Oficial" do Estado de quarta-feira.
A aplicação da pena de demissão, segundo a publicação, se deu
"a bem do serviço público", em
razão das acusações de abuso de
autoridade e roubo.
Os policiais civis Newton Abussamra, Antero Eduardo Droga,
Antônio Adauto Alves Feliciano e
Eduardo Prata Pimentel foram
indiciados porque teriam cobrado R$ 5.000 para evitar um flagrante de receptação de drogas,
em julho de 96.
Os suspeitos, segundo a acusação, forjaram o flagrante para extorquir Sueli Barros da Silva, que
também teria sido sequestrada
pelos policiais após a acusação
contra o seu marido.
No primeiro julgamento, em
novembro de 98, Droga e Pimentel foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça. Os outros dois policiais foram condenados.
O promotor Rogério Zagalo recorreu da decisão e igualou a acusação e a penalização para todos
os suspeitos.
O diretor do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do
Interior), Antônio Carlos Gonçalves da Silva, disse que os investigadores já estavam afastados das
funções policiais e tinham entregue as armas e os distintivos.
Segundo ele, há seis meses os
policiais cumpriam apenas serviços administrativos no 5º e no 6º
Distrito Policial, enquanto era julgada a apelação do grupo, que foi
realizada no ano passado.
O delegado Silva afirmou que o
diretor da Polícia Civil, Marco
Antônio Desgualdo, determinou
que os policiais cumprissem o expediente em delegacias da cidade
até que todas as instâncias fossem
julgadas, para que então o Estado
pudesse decidir ou não pela demissão.
"Eles foram condenados pela
Justiça por corrupção. Por isso,
não poderiam permanecer na polícia", disse.
A advogada dos investigadores,
Tânia Lis Nogueira, recorreu da
decisão, no ano passado, ao Supremo Tribunal Federal.
Para ela, a demissão dos três policiais civis pelo Estado foi precipitada. O quarto acusado, Feliciano, morreu no ano passado.
Segundo Tânia, a secretaria deveria esperar para saber se o recurso seria aceito.
A advogada disse que o grupo
vai pedir a reintegração à polícia e
indenizações, se houver mudança
da decisão.
Texto Anterior: Padilha pode barrar posto Próximo Texto: Investigador diz que decisão foi injusta Índice
|