São José dos Campos, Domingo, 01 de Abril de 2001

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POLÍCIA
Três policiais civis, condenados pela Justiça, vão deixar o serviço público; advogada do grupo recorreu da condenação
Extorsão afasta investigadores da Dise

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

Três investigadores da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) de São José dos Campos foram exonerados do cargo pela Secretaria de Estado da Segurança Pública depois de serem condenados por extorsão.
A decisão da secretaria foi publicada no "Diário Oficial" do Estado de quarta-feira.
A aplicação da pena de demissão, segundo a publicação, se deu "a bem do serviço público", em razão das acusações de abuso de autoridade e roubo.
Os policiais civis Newton Abussamra, Antero Eduardo Droga, Antônio Adauto Alves Feliciano e Eduardo Prata Pimentel foram indiciados porque teriam cobrado R$ 5.000 para evitar um flagrante de receptação de drogas, em julho de 96.
Os suspeitos, segundo a acusação, forjaram o flagrante para extorquir Sueli Barros da Silva, que também teria sido sequestrada pelos policiais após a acusação contra o seu marido.
No primeiro julgamento, em novembro de 98, Droga e Pimentel foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça. Os outros dois policiais foram condenados.
O promotor Rogério Zagalo recorreu da decisão e igualou a acusação e a penalização para todos os suspeitos.
O diretor do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), Antônio Carlos Gonçalves da Silva, disse que os investigadores já estavam afastados das funções policiais e tinham entregue as armas e os distintivos.
Segundo ele, há seis meses os policiais cumpriam apenas serviços administrativos no 5º e no 6º Distrito Policial, enquanto era julgada a apelação do grupo, que foi realizada no ano passado.
O delegado Silva afirmou que o diretor da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, determinou que os policiais cumprissem o expediente em delegacias da cidade até que todas as instâncias fossem julgadas, para que então o Estado pudesse decidir ou não pela demissão.
"Eles foram condenados pela Justiça por corrupção. Por isso, não poderiam permanecer na polícia", disse.
A advogada dos investigadores, Tânia Lis Nogueira, recorreu da decisão, no ano passado, ao Supremo Tribunal Federal.
Para ela, a demissão dos três policiais civis pelo Estado foi precipitada. O quarto acusado, Feliciano, morreu no ano passado.
Segundo Tânia, a secretaria deveria esperar para saber se o recurso seria aceito.
A advogada disse que o grupo vai pedir a reintegração à polícia e indenizações, se houver mudança da decisão.


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