São José dos Campos, Quarta-feira, 06 de Junho de 2001

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ECONOMIA
Funcionários atrasaram a entrada no trabalho na Johnson & Johnson e na Philips, ontem, em São José dos Campos
Protesto pára produção em empresas

DA FOLHA VALE

Trabalhadores da Johnson & Johnson e da Philips fizeram paralisações ontem e atrasaram a entrada no trabalho em quase três horas para protestar contra o impasse nas negociações da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados).
Os metalúrgicos e químicos prometeram novas paralisações e até mesmo uma greve a partir de hoje se não houver acordo entre as empresas e os sindicatos.
Os químicos estão em estado de greve desde de sexta-feira e, ontem, atrasaram a entrada do primeiro turno da Johnson em três horas.
A paralisação provocou congestionamentos na via Dutra, ao lado da entrada da fábrica, durante uma assembléia organizada pelo Sindicato dos Químicos.
As polícias Rodoviária Federal e Militar foram acionadas para garantir a entrada dos funcionários que não aderiram à paralisação.
Os trabalhadores rejeitaram a proposta da Johnson, que quer atrelar o pagamento da PLR a um percentual sobre o valor do salário dos funcionários.
A empresa propôs o pagamento de participação de 50% em duas parcelas sobre os salários, o que representa uma PLR entre R$ 600 e R$ 1.200.
Os funcionários rejeitaram a proposta da Johnson durante a assembléia realizada na empresa e aprovaram novas paralisações, enquanto não houver acordo.
Segundo um dos diretores do Sindicato dos Químicos, Dirceu Carlos Teixeira Paiva, os trabalhadores reivindicam um valor único de PLR, para todos os funcionários, de aproximadamente R$ 1.500.
Paiva afirmou que o pagamento diferenciado é discriminatório porque prevê maior repasse da PLR para funcionários da direção da empresa.
"Já demos nosso recado. E podemos paralisar tudo por tempo indeterminado a qualquer momento", disse.
Os metalúrgicos também fizeram manifestações e atrasaram ontem a entrada no trabalho em duas horas para protestar contra a falta de acordo com a Philips.
A empresa ofereceu R$ 1.518 de PLR, com antecipação de R$ 910, mas a proposta não foi aceita pelos trabalhadores.
Uma nova negociação deve ocorrer às 10h de hoje. Os metalúrgicos reivindicam antecipação de R$ 1.000 e segunda parcela de R$ 800 até o final do ano.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Luiz Carlos Prates, o Mancha, disse que os trabalhadores podem decidir entrar em greve a partir de amanhã, se não houver acordo com a Philips hoje.


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