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SOB SUSPEITA
Magistrados são suspeitos de integrar esquema para superavaliar áreas
Relatório pede investigação de juízes
DA FOLHA VALE
A CPI da Indústria da Indenização Ambiental da Assembléia Legislativa decidiu ontem pedir ao
Judiciário que investigue juízes
suspeitos de integrar um esquema
-que também envolveria advogados e peritos- para superfaturar precatórios ambientais no Estado.
A decisão foi tomada durante a
reunião que também deliberou
pela prorrogação, para o dia 14 de
fevereiro de 2001, da votação do
relatório final da comissão.
A CPI foi instalada pela Assembléia para apurar os chamados
superprecatórios ambientais, relativos à indenização por áreas
declaradas de preservação ambiental pelo Estado- 90% delas
na serra do Mar, no litoral.
O maior precatório já emitido
no país, no valor de R$ 1,5 bilhão,
é relativo a uma área tombada pelo governo para a criação do Parque Estadual da Serra do Mar, em
Ubatuba, no litoral norte de São
Paulo.
Durante as investigações, os deputados descobriram que a maior
parte das áreas foi superavaliada,
tinha escritura de posse fraudada
(com a conivência de cartórios de
registro de imóveis) ou era sobreposta (a mesma área tinha mais
de um proprietário).
Para os deputados estaduais
Vanderlei Siraque (PT) e Jilmar
Tatto (PT), a CPI cometeu um erro ao optar por não ouvir o depoimento de juízes.
"Não foi dado privilégio a juízes
na CPI", disse o presidente da comissão, Milton Flávio (PSDB). "O
que fizemos foi tomar o cuidado
de não expor ninguém de maneira irresponsável", disse.
Para Flávio, relator da CPI, o deputado estadual Salvador Khuriyeh (PDT) deve ser "contundente" ao propor investigações internas no Judiciário, caso haja indício de atuação inadequada de
seus membros.
Segundo Khuriyeh, o montante
total das ações contra o Estado
por desapropriação ou restrição
de uso de áreas ambientais pode
chegar a US$ 50 bilhões.
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