São José dos Campos, Terça, 9 de março de 1999

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SAÚDE
Número de suspeitas registradas em dois meses de 99 supera o ano passado; em 98 foram dois casos confirmados
São José tem 2ª morte por leptospirose

da Folha Vale

A Vigilância Epidemiológica de São José divulgou ontem a segunda morte deste ano por suspeita de leptospirose. Com isso, a cidade tem, desde 1º de janeiro, oito casos suspeitos da doença, provocada pela bactéria leptospira.
O número de suspeitas já superou o registrado em 98, quando foram sete. Porém, no ano passado, a cidade teve também duas confirmações de leptospirose, sem nenhuma morte.
Em Jacareí, duas pessoas também morreram, somando seis suspeitas.
Segundo a Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de São José, a pessoa que morreu por suspeita de leptospirose era um adolescente de 16 anos, morador do bairro Vista Verde.
O caso e o meio de transmissão estão sendo investigados por uma equipe da secretaria para tentar confirmar a doença. O bairro onde morava o adolescente não apresentou ocorrências de inundação, segundo a prefeitura.
A leptospirose é transmitida por meio de água contaminada pela urina de animais, principalmente de ratos. O paciente tem um quadro infeccioso, com possível paralisação do funcionamento de órgãos, como fígado e rins.
Em fevereiro foi registrada a primeira morte. Segundo a Vigilância Epidemiológica, um caminhoneiro, de 41 anos, morador do Bairrinho, teria contraído provavelmente a doença em São Paulo durante o período de enchentes.
Os demais bairros com registros de suspeitas são Nova Michigan, Nova Detroit, Vila Nair, Limoeiro e Dom Pedro.

Alerta
O diretor da DIR (Direção Regional de Saúde) de São José, José Eduardo de Oliveira, afirmou que o aumento dos casos suspeitos de leptospirose em um período curto se deve às chuvas.
"Este ano houve um aumento no índice de chuvas. Acredito que na Grande São Paulo também deverá ocorrer um crescimento."
Oliveira descartou falha por parte das vigilâncias para o aumento do número de casos. O diretor afirmou que está preocupado com a possibilidade de ocorrer um número "exagerado" de casos.
Oliveira disse que as equipes da vigilância vão tentar realizar diagnósticos e tratamento precoces. "A demora na confirmação da doença é provocada pela necessidade de dois testes."
O diretor afirmou que a administração municipal deve acelerar os trabalhos de limpeza de bueiros, de retirada de entulhos e desassoreamento de córregos para evitar novos problemas.
"É no barro que fica o agente causador da leptospirose. A prefeitura tem que acelerar os trabalhos de limpeza para evitar um crescimento no número de casos."



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