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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Evento lembrou mortes violentas; em São José, SOS registrou aumento de casos mais graves
Passeata no centro reúne 300 em Jacareí
da Folha Vale
Cerca de 300 pessoas fizeram por
volta das 8h30 de ontem, Dia Internacional da Mulher, uma passeata
pelas ruas do centro de Jacareí para protestar contra a violência.
O evento, organizado por entidades coordenadas pela Divisão de
Atendimento à Mulher e à Família
de Jacareí, lembrou mortes como a
da professora Beatriz Junqueira da
Silveira Santos, sequestrada em
abril de 98 em frente à escola Alcina Moraes Sales, e da adolescente
Izildinha, morta em 96.
O grupo passou pelas ruas do
centro de Jacareí e distribuiu rosas
às mulheres. "Conseguimos o objetivo de despertar a consciência
das pessoas", afirmou o secretário
do Bem-Estar Social, Roberto Donizete de Souza.
Segundo ele, foram realizados
1.655 atendimentos em 98. O secretário não soube informar os dados dos anos anteriores.
Souza disse que a presença de familiares da professora Beatriz e de
alunos da escola ajudou a caracterizar o movimento. "Conseguimos
trazer, de uma forma efetiva, a memória de casos graves, que abalaram Jacareí."
Segundo a Polícia Militar da cidade, a manifestação foi pacífica,
sem incidentes. Não houve congestionamento. Às 15h, um grupo
de 50 pessoas participou de um debate com o tema "Mulheres, Lutas,
Vivências e Conquistas".
Em São José, a prefeitura colocou
um cartaz em frente ao shopping
Centro para lembrar o dia.
O SOS Mulher divulgou ontem a
ocorrência de 1.340 casos de violência no primeiro bimestre deste
ano, contra 1.316 no mesmo período de 98. Segundo a advogada do
SOS, Letícia Massula Krempel,
houve um aumento de casos considerados mais graves.
"Com certeza aumentou a demanda. Os casos são mais graves.
Acho que a violência tem crescido", afirmou a advogada.
Letícia disse que a tendência é
ocorrer um aumento nos registros
de violência contra a mulher devido à expansão das cidades. Outro
fator que contribui para este tipo
de registro é o desemprego.
"Acho que a tendência é a violência aumentar proporcionalmente
ao crescimento das cidades. Ao
mesmo tempo, haverá uma conscientização das mulheres sobre a
importância da denúncia."
Segundo a advogada, o SOS está
desenvolvendo uma série de eventos, entre eles o 2º Curso de Promotoras Legais Populares de São
José dos Campos.
"São cem vagas no curso, que vai
fornecer noções de direito e cidadania para mulheres que já tenham contato com a comunidade.
O curso começa dia 16 e vai de
março a novembro."
Na próxima quinta-feira está
prevista a visita do psiquiatra José
Angelo Gaiarça para uma palestra
que será realizada no Teatro Municipal de São José.
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