São José dos Campos, Sábado, 15 de agosto de 1998

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ECONOMIA
Empresas estão com pedidos parados no porto e aeroporto e podem ficar sem peças na próxima semana
Greves prejudicam autopeças do Vale

ROGER MARZOCHI
da Reportagem Local

Pelo menos três empresas de autopeças do Vale do Paraíba estão com produtos e matérias-primas parados no porto de Santos e no aeroporto internacional de Cumbica devido à greve dos portuários e da operação padrão realizada pelos fiscais da Receita Federal, que já dura 11 dias.
A Schrader Bridgeport, fábrica instalada em Jacareí que produz válvulas de pneus, informou que terá problemas para atender os clientes na próxima semana caso a paralisação continue.
A falta de peças para o acabamento levou a empresa a desativar temporariamente o setor de montagem do chamado núcleo da válvula -parte que fica dentro do pneu. Foram deslocados de função 20 trabalhadores devido ao problema. A fábrica tem um total de 358 empregados.
A Schrader tem US$ 300 mil em mercadorias importadas encalhado no porto e no aeroporto.
Segundo o diretor financeiro, Eduardo Favaro, dez embarques estão atrasados, alguns desde o fim do mês passado. "No momento, nós estamos conseguindo trabalhar", disse.
A empresa tem um total de 500 clientes, entre eles, a Ford, General Motors e Volkswagen.
"Não há risco de demissões nem mesmo de redução de jornada de trabalho porque as medidas envolvem negociação com o sindicato. Por enquanto ainda não é necessário", disse.
A Eaton, de São José, também está enfrentado problemas na importação e exportação. A empresa produz válvulas, cabeçotes e fornece produtos para as três montadoras da região, além do mercado de reposição.
No porto está parado um carregamento de tuchos para motores encomendado pela Eaton.
Segundo o gerente de marketing, Aloísio Novais, a empresa tem estoque para mais duas semana. "As montadoras não serão prejudicadas, apenas o mercado de reposição", disse. As exportações de válvulas para os Estados Unidos também estão paralisadas desde a última segunda-feira.
A Bundy, que fabrica em São José tubos para transmissão de fluídos, tem um carregamento de matéria-prima preso no porto.
A empresa, que tem 900 funcionários, não quis dar detalhes sobre os equipamentos que estão parados, mas informou que a fábrica ainda não foi afetada.
A paralisação dos 2.700 trabalhadores do porto, entre motoristas de guindastes e empilhadeiras e operadores portuários, entra hoje em seu quarto dia. Ontem, o Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo) protocolou no TST (Tribunal Superior do Trabalho) pedido para julgar a greve.



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