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ECONOMIA
Empresas estão com pedidos parados no porto e aeroporto e podem ficar sem peças na próxima semana
Greves prejudicam autopeças do Vale
ROGER MARZOCHI
da Reportagem Local
Pelo menos três empresas de autopeças do Vale do Paraíba estão
com produtos e matérias-primas
parados no porto de Santos e no
aeroporto internacional de Cumbica devido à greve dos portuários
e da operação padrão realizada pelos fiscais da Receita Federal, que
já dura 11 dias.
A Schrader Bridgeport, fábrica
instalada em Jacareí que produz
válvulas de pneus, informou que
terá problemas para atender os
clientes na próxima semana caso a
paralisação continue.
A falta de peças para o acabamento levou a empresa a desativar
temporariamente o setor de montagem do chamado núcleo da válvula -parte que fica dentro do
pneu. Foram deslocados de função 20 trabalhadores devido ao
problema. A fábrica tem um total
de 358 empregados.
A Schrader tem US$ 300 mil em
mercadorias importadas encalhado no porto e no aeroporto.
Segundo o diretor financeiro,
Eduardo Favaro, dez embarques
estão atrasados, alguns desde o
fim do mês passado. "No momento, nós estamos conseguindo
trabalhar", disse.
A empresa tem um total de 500
clientes, entre eles, a Ford, General Motors e Volkswagen.
"Não há risco de demissões nem
mesmo de redução de jornada de
trabalho porque as medidas envolvem negociação com o sindicato. Por enquanto ainda não é necessário", disse.
A Eaton, de São José, também
está enfrentado problemas na importação e exportação. A empresa
produz válvulas, cabeçotes e fornece produtos para as três montadoras da região, além do mercado
de reposição.
No porto está parado um carregamento de tuchos para motores
encomendado pela Eaton.
Segundo o gerente de marketing,
Aloísio Novais, a empresa tem estoque para mais duas semana.
"As montadoras não serão prejudicadas, apenas o mercado de reposição", disse. As exportações de
válvulas para os Estados Unidos
também estão paralisadas desde a
última segunda-feira.
A Bundy, que fabrica em São José tubos para transmissão de fluídos, tem um carregamento de matéria-prima preso no porto.
A empresa, que tem 900 funcionários, não quis dar detalhes sobre
os equipamentos que estão parados, mas informou que a fábrica
ainda não foi afetada.
A paralisação dos 2.700 trabalhadores do porto, entre motoristas de guindastes e empilhadeiras e
operadores portuários, entra hoje
em seu quarto dia. Ontem, o Sopesp (Sindicato dos Operadores
Portuários do Estado de São Paulo) protocolou no TST (Tribunal
Superior do Trabalho) pedido para julgar a greve.
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