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São José larga na frente para capacitar mão-de-obra "hi-tech"
DA REDAÇÃO
São José dos Campos é a primeira cidade do Estado a ter uma
escola de educação profissional
em tecnologia avançada, que leva
em conta o perfil do trabalhador
exigido pelo mercado.
Com um investimento de R$ 2
milhões, o Cephas (Centro de
Educação Profissional Hélio Augusto de Souza) começou a funcionar em 24 de julho deste ano,
com 15 turmas. Sete delas com
cursos nas áreas consideradas de
alta tecnologia pelo Seade.
São cursos em eletrônica, mecânica e automação, telecomunicações, informática industrial e mecânica de aeronaves. Outros oito
cursos voltam-se para gestão empresarial e hoteleira, entre outros.
O conceito da escola é baseado
no Programa de Expansão da
Educação Profissional (Proep),
criado pelo Ministério da Educação, em 1998. De acordo com o diretor-executivo do programa,
Raul David do Valle Junior, 61, o
Proep dispõe de US$ 500 milhões
para construir, equipar e auxiliar
no desenvolvimento das escolas e
na capacitação dos profissionais.
Uma vez em funcionamento, os
centros devem ser auto-sustentáveis. Segundo Valle Junior, metade das vagas nessas escolas deve
ser distribuída gratuitamente. A
outra metade dos alunos deve estudar com recursos próprios ou
pode ser custeada por empresas,
entidades da comunidade ou outros programas públicos.
Valle Junior afirma que já foram
aprovados 154 projetos no país.
No Estado de São Paulo são 31.
O diretor-executivo diz que o
Proep realizou a Pesquisa da Atividade Econômica Regional
(Paer) em todo o Brasil. O levantamento foi feito por meio de
questionários às empresas com
mais de 100 funcionários e por
amostragem com empresas de 20
a 99 funcionários.
Segundo ele, a pesquisa identificou a densidade da atividade produtiva de cada região, descobriu
onde são requeridas escolas e que
tipo de profissionais as empresas
necessitam.
Segundo a diretora do Cephas,
Rosa Maria Costa, a criação do
centro de São José foi uma iniciativa da Fundhas (Fundação de
Atendimento à Criança e ao Adolescente), que mantém a escola.
A prefeitura contribuiu com a
doação do terreno de 5.700 m2, na
Floradas de São José, e paga os salários. As 15 turmas existentes
atualmente, com 600 estudantes,
são formadas por 74% de alunos
com idade superior a 19 anos e
36% de alunos entre 16 e 19 anos.
Segundo Costa, 11.303 pessoas
se candidataram. Do total de 600
vagas, 120 foram destinadas aos
assistidos pela Fundhas.
Na região do Vale do Paraíba,
Campos do Jordão e Caraguatatuba também devem ter as escolas.
Dois centros nos moldes do Cephas serão instalados em Campinas por meio da iniciativa comunitária, sem a participação da prefeitura. Na região, as cidades de
Indaiatuba, Mogi Guaçu, Vinhedo, Piracicaba, Jaguariúna e São
João da Boa Vista terão escolas
como a de São José com apoio das
administrações municipais.
Secretaria
Entre os três pólos tecnológicos
(Campinas, São Carlos e São José)
a cidade de São Carlos é a única do
interior paulista a contar com
uma Secretaria Municipal da
Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, há cerca de
dois anos, segundo o atual secretário José Galízia Tundisi, 62. Mas
nenhum programa na área considerada de alta tecnologia pelo
Seade está implantado.
Ex- diretor do CNPq, Tundisi,
diz que, na área de tecnologia, a
secretaria prevê a criação de um
Centro de Treinamento Internacional, que atenderia a alunos de
pós-doutorado e especialização
nas áreas de recursos hídricos,
ciências dos materiais e engenharia dos materiais, óptica, química
dos produtos naturais, ecotoxicologia e saneamento básico.
Nenhuma dessas áreas é considerada de alta tecnologia, segundo o Seade.
(LD)
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