São José dos Campos, Domingo, 24 de Setembro de 2000

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São José larga na frente para capacitar mão-de-obra "hi-tech"

DA REDAÇÃO

São José dos Campos é a primeira cidade do Estado a ter uma escola de educação profissional em tecnologia avançada, que leva em conta o perfil do trabalhador exigido pelo mercado.
Com um investimento de R$ 2 milhões, o Cephas (Centro de Educação Profissional Hélio Augusto de Souza) começou a funcionar em 24 de julho deste ano, com 15 turmas. Sete delas com cursos nas áreas consideradas de alta tecnologia pelo Seade.
São cursos em eletrônica, mecânica e automação, telecomunicações, informática industrial e mecânica de aeronaves. Outros oito cursos voltam-se para gestão empresarial e hoteleira, entre outros.
O conceito da escola é baseado no Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), criado pelo Ministério da Educação, em 1998. De acordo com o diretor-executivo do programa, Raul David do Valle Junior, 61, o Proep dispõe de US$ 500 milhões para construir, equipar e auxiliar no desenvolvimento das escolas e na capacitação dos profissionais.
Uma vez em funcionamento, os centros devem ser auto-sustentáveis. Segundo Valle Junior, metade das vagas nessas escolas deve ser distribuída gratuitamente. A outra metade dos alunos deve estudar com recursos próprios ou pode ser custeada por empresas, entidades da comunidade ou outros programas públicos.
Valle Junior afirma que já foram aprovados 154 projetos no país. No Estado de São Paulo são 31.
O diretor-executivo diz que o Proep realizou a Pesquisa da Atividade Econômica Regional (Paer) em todo o Brasil. O levantamento foi feito por meio de questionários às empresas com mais de 100 funcionários e por amostragem com empresas de 20 a 99 funcionários.
Segundo ele, a pesquisa identificou a densidade da atividade produtiva de cada região, descobriu onde são requeridas escolas e que tipo de profissionais as empresas necessitam.
Segundo a diretora do Cephas, Rosa Maria Costa, a criação do centro de São José foi uma iniciativa da Fundhas (Fundação de Atendimento à Criança e ao Adolescente), que mantém a escola.
A prefeitura contribuiu com a doação do terreno de 5.700 m2, na Floradas de São José, e paga os salários. As 15 turmas existentes atualmente, com 600 estudantes, são formadas por 74% de alunos com idade superior a 19 anos e 36% de alunos entre 16 e 19 anos.
Segundo Costa, 11.303 pessoas se candidataram. Do total de 600 vagas, 120 foram destinadas aos assistidos pela Fundhas.
Na região do Vale do Paraíba, Campos do Jordão e Caraguatatuba também devem ter as escolas.
Dois centros nos moldes do Cephas serão instalados em Campinas por meio da iniciativa comunitária, sem a participação da prefeitura. Na região, as cidades de Indaiatuba, Mogi Guaçu, Vinhedo, Piracicaba, Jaguariúna e São João da Boa Vista terão escolas como a de São José com apoio das administrações municipais.

Secretaria
Entre os três pólos tecnológicos (Campinas, São Carlos e São José) a cidade de São Carlos é a única do interior paulista a contar com uma Secretaria Municipal da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, há cerca de dois anos, segundo o atual secretário José Galízia Tundisi, 62. Mas nenhum programa na área considerada de alta tecnologia pelo Seade está implantado.
Ex- diretor do CNPq, Tundisi, diz que, na área de tecnologia, a secretaria prevê a criação de um Centro de Treinamento Internacional, que atenderia a alunos de pós-doutorado e especialização nas áreas de recursos hídricos, ciências dos materiais e engenharia dos materiais, óptica, química dos produtos naturais, ecotoxicologia e saneamento básico.
Nenhuma dessas áreas é considerada de alta tecnologia, segundo o Seade. (LD)

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