São José dos Campos, Domingo, 24 de Setembro de 2000

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UFSCar desenvolve ímã para problema ocular

DA REDAÇÃO

O grupo de Supercondutividade e Magnetismo do Departamento de Física da UFSCar desenvolve pesquisas na área de equipamentos ópticos, considerada como um dos setores de alta tecnologia pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos).
O grupo faz parte do novo Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, coordenado pelo professor Elson Longo da Silva. O centro é um dos Cepids (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) que passa a receber financiamento da Fapesp.
O grupo de supercondutividade, com a coordenação do professor Wilson Aires Ortiz, 47, tem se dedicado há cerca de um ano a desenvolver um equipamento com ímãs e sensores para corrigir o nistagmo ocular.
O nistagmo é o movimento rápido e involuntário de globo ocular que pode ser em sentidos diferentes. "A pessoa que sofre desse problema tem um visão oscilante, chacoalhada. É um batimento muscular que não se tem controle cerebral", explica Ortiz.
A idéia do grupo, explica o professor, é implantar um ímã no globo ocular de cada olho, com um sistema de sensores. Segundo o professor, na parte externa, "uma parafernália (minúscula) é acoplada a um óculos". Daí em diante, os equipamentos se responsabilizariam para promover a "comunicação" entre os globos oculares. O olho são induziria os movimentos do olho com nistagmo, corrigindo o problema.
O equipamento deve levar alguns anos para chegar ao mercado. Mas o professor acredita que deverá custar até R$ 300.
"É gratificante saber que essa experiência vai ajudar a resolver um problema que não é apenas estético, mas um grande incômodo." Segundo Ortiz, mais do que ímãs, sensores e equipamentos de ponta, o que possibilitou a descoberta foi o trabalho em conjunto de profissionais de disciplinas diferentes, a união de experiências.
"O problema foi levantado por um professor meu amigo da USP de Ribeirão",diz. É nesse sentido, segundo Ortiz, que seu grupo participa de um dos novos Cepids.


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