São José dos Campos, Sábado, 26 de junho de 1999

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SAÚDE
Impasse político entre prefeito e oposição da Câmara Municipal prejudica pelo menos cem moradores
PS de Tremembé fica sem médico por 12 h

Eduardo Lazzarini/Folha Imagem
Moradora de Tremembé lê o cartaz sobre suspensão de atendimento médico no pronto-socorro da cidade


JOSÉ BENEDITO DA SILVA
free-lance para a Folha Vale

O único pronto-socorro de Tremembé ficou sem médicos para atendimento por pelo menos 12 horas devido a um impasse entre o prefeito e a Câmara.
O PS deixou de atender cerca de cem pessoas no período. Apenas os serviços de enfermaria foram realizados. Quem precisou de atendimento médico teve de ir para Taubaté, que fica a seis quilômetros da cidade.
O prefeito Mário Carneiro Leão (PV) afirmou que fechou o PS devido à falta de dinheiro para pagar os seis médicos que prestam serviço para a prefeitura. Ele pediu uma suplementação orçamentária de R$ 526 mil à Câmara, mas o pedido foi negado por 7 votos a 5.
Quatro pessoas procuraram o PS pela manhã e foram levadas ao pronto-socorro de Taubaté. Há apenas uma ambulância para transportar os pacientes.
No final da tarde de ontem foi definido um esquema emergencial para garantir o atendimento médico até a próxima terça.
Segundo a assessora da Saúde, Juliana Souza, o Conselho Municipal da Saúde vai tentar, em reunião na segunda-feira, às 18h30, convencer os vereadores a aprovar a suplementação.
Os vereadores alegam que Leão fechou o PS para desviar a atenção da população para o processo de cassação que enfrenta na Câmara e para o furto de R$ 10 mil do cofre da tesouraria, ocorrido na terça-feira.
O Ministério Público de Tremembé não quis se pronunciar sobre o caso ontem, alegando não haver uma denúncia formal.
Em frente ao pronto-socorro, há um posto de saúde da prefeitura que só atende com data marcada.
Em Tremembé, há também o hospital Bom Jesus, que não tem estrutura para atender emergência.
Atendem no PS seis médicos concursados e outros seis contratados por tempo determinado, que trabalham 12 horas e folgam 24. Ontem, o plantão das 7h às 19h cabia a um contratado, cuja presença foi dispensada pela prefeitura.
Os médicos, contratados ou concursados, ganham R$ 240 por 12 horas de trabalho. Os salários de abril dos concursados foram pagos no último dia 17 e os de maio ainda não foram pagos. Já os contratados estão recebendo normalmente.
O atendimento foi retomado ontem às 19h por um médico da prefeitura.



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