|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casamentos em Jacareí caem pela metade em 20 anos
DA FOLHA VALE
O índice de casamentos em Jacareí, proporcional ao número de
habitantes na cidade, caiu quase
pela metade desde da década de
80, segundo dados do Seade.
A diferença de percentual é a
maior registrada entre as principais cidades do Vale do Paraíba,
como São José dos Campos, Taubaté e Pindamonhangaba.
Em 2000, a taxa de nupcialidade
em Jacareí, que representa a proporção entre o número de casamentos e o número de habitantes
do município, foi de 4,93.
Foram registrados 942 casamentos durante o ano passado
para uma população de aproximadamente 191 mil pessoas.
Em 80, a taxa de nupcialidade
registrada em Jacareí foi maior e
chegou a 8,31.
O índice foi correspondente a
956 casamentos para cerca de 115
mil habitantes.
São José apresentou a menor diferença na taxa de nupcialidade.
O percentual foi de 7,98 em 1980,
contra 5,75 em 2000.
Em Pinda e Taubaté, os resultados foram mais balanceados e se
mantiveram, apresentando variações de oito e nove pontos em
1980, passando para uma média
de cinco pontos no ano passado.
A taxa em Jacareí é ainda mais
discrepante se comparada com o
percentual observado há cem
anos.
O percentual de 4,93, registrado
em 2000, é praticamente o mesmo
que foi observado no início do século, de 4,31.
A comparação tem validade somente em relação à proporcionalidade dos índices, uma vez que
foram 942 casamentos em 2000
para uma população de 191 mil
pessoas, contra 66 registros em
1900 para 15,3 mil habitantes.
O Cartório de Registro Civil informou que a queda na união entre homens e mulheres pode estar
sendo provocada pela crise econômica e o menor poder aquisitivo dos moradores no período.
A representante do cartório,
que não quis se identificar, disse
que é cobrada uma taxa de cerca
de R$ 140 para oficializar as
uniões no processo civil.
Para os noivos que desejam
concretizar o casamento também
no processo religioso, a Folha
apurou que as despesas podem
chegar até a R$ 1.000.
A representante disse que essa é
uma das razões que afastam os casais da oficialização da união.
Segundo ela, os reflexos das crises econômicas na diminuição de
casamentos podem ser notados
pelo número de registros a partir
de março e seu crescimento nos
meses de maio e dezembro.
Em maio, a justificativa é dada
pelo período que é considerado
tradicionalmente como o "mês
das noivas". Em dezembro, pela
proximidade do 13º salário.
Uniões duradouras
Para o padre Rinaldo Roberto
Rezende, da Pastoral Familiar, a
queda no número de casamentos
na cidade está sendo provocada
porque as pessoas estão evitando
relacionamentos "duradouros".
Segundo ele, os casais não querem assumir compromissos e têm
adotado o "ficar".
"As pessoas "ficam" sem compromisso. Usam enquanto é necessário e depois, quando não se
interessam mais, separam-se",
disse.
Texto Anterior: Retrato de uma época 2: Municípios pioneiros perdem espaço Próximo Texto: "Dinheiro é substituto do casamento" Índice
|