São José dos Campos, Sexta-feira, 27 de Julho de 2001

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SÃO JOSÉ, 234 ANOS
Maior confronto militar do país no século 20 mobilizou pelo menos cem soldados de São José dos Campos
Morte de joseense abriu Revolução de 32

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A morte de um joseense, no dia 23 de maio de 1932, foi o estopim para a explosão da Revolução Constitucionalista, movimento que pretendia obrigar o então presidente Getúlio Vargas a promulgar uma nova Constituição para o Brasil.
Euclydes Bueno Miragaia, 21, foi morto a tiros por tropas federais durante um comício em São Paulo, ao lado de outros três estudantes -Mário Martins de Almeida, 31, Dráusio Marcondes de Souza, 14, e Antônio Américo de Camargo Andrade, 30.
As iniciais MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) se transformaram no grande ícone da revolução paulista, que encontrou nas cidades do Vale do Paraíba o seu principal campo de batalha, já que a sede do governo federal, na época, ficava no Rio.
A participação de São José foi significativa no movimento -cerca de cem joseenses foram enviados a São Paulo para lutar, ao lado dos revoltosos, contra as tropas federais fiéis a Vargas.
No dia 23 de maio de 1976, foram inaugurados na avenida São José, região central da cidade, três monumentos em homenagem a Miragaia e aos soldados paulistas que participaram do movimento.

História
A Revolução Constitucionalista de 32 foi o maior confronto militar do Brasil no século 20. O movimento, que teve início no dia 9 de julho, contou com a adesão das mulheres na retaguarda e mobilizou cerca de 300 mil homens nos campos de batalha.
Em São Paulo, o movimento conseguiu unir a elite e a classe média contra o governo do gaúcho Getúlio Vargas.
Movidos pela frase "Getúlio nos traiu", que ecoava em todo o território paulista, os soldados lutaram durante três meses contra as tropas do governo federal -830 homens foram mortos durante os combates.
Depois de negociações envolvendo a concessão de anistia aos soldados rebeldes e facilidades para os líderes civis e chefes militares do movimento, os paulistas anunciaram, oficialmente, sua rendição no dia 3 de outubro de 1932.
O movimento, no entanto, teve uma consequência positiva. Dois anos mais tarde, foi convocada a Assembléia Nacional Constituinte, com poderes para elaborar uma nova Constituição para o país, principal reivindicação dos rebeldes.


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