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SÃO JOSÉ, 234 ANOS
Maior confronto militar do país no século 20 mobilizou pelo menos cem soldados de São José dos Campos
Morte de joseense abriu Revolução de 32
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
A morte de um joseense, no dia
23 de maio de 1932, foi o estopim
para a explosão da Revolução
Constitucionalista, movimento
que pretendia obrigar o então
presidente Getúlio Vargas a promulgar uma nova Constituição
para o Brasil.
Euclydes Bueno Miragaia, 21,
foi morto a tiros por tropas federais durante um comício em São
Paulo, ao lado de outros três estudantes -Mário Martins de Almeida, 31, Dráusio Marcondes de
Souza, 14, e Antônio Américo de
Camargo Andrade, 30.
As iniciais MMDC (Martins,
Miragaia, Dráusio e Camargo) se
transformaram no grande ícone
da revolução paulista, que encontrou nas cidades do Vale do Paraíba o seu principal campo de batalha, já que a sede do governo federal, na época, ficava no Rio.
A participação de São José foi
significativa no movimento
-cerca de cem joseenses foram
enviados a São Paulo para lutar,
ao lado dos revoltosos, contra as
tropas federais fiéis a Vargas.
No dia 23 de maio de 1976, foram inaugurados na avenida São
José, região central da cidade, três
monumentos em homenagem a
Miragaia e aos soldados paulistas
que participaram do movimento.
História
A Revolução Constitucionalista
de 32 foi o maior confronto militar do Brasil no século 20. O movimento, que teve início no dia 9 de
julho, contou com a adesão das
mulheres na retaguarda e mobilizou cerca de 300 mil homens nos
campos de batalha.
Em São Paulo, o movimento
conseguiu unir a elite e a classe
média contra o governo do gaúcho Getúlio Vargas.
Movidos pela frase "Getúlio nos
traiu", que ecoava em todo o território paulista, os soldados lutaram durante três meses contra as
tropas do governo federal -830
homens foram mortos durante os
combates.
Depois de negociações envolvendo a concessão de anistia aos
soldados rebeldes e facilidades
para os líderes civis e chefes militares do movimento, os paulistas
anunciaram, oficialmente, sua
rendição no dia 3 de outubro de
1932.
O movimento, no entanto, teve
uma consequência positiva. Dois
anos mais tarde, foi convocada a
Assembléia Nacional Constituinte, com poderes para elaborar
uma nova Constituição para o
país, principal reivindicação dos
rebeldes.
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