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OUTRO LADO
Defesa diz que dois já foram julgados
da Folha Vale
O advogado João Romeu Correa Goffi, que defende os cinco
médicos, inclusive o que foi inocentado, disse ontem que vai recorrer ao Tribunal de Justiça.
"Ficamos preocupados com o
fato de que o desdobramento de
uma acusação leviana como essa
possa gerar uma descrença no
processo de transplante de órgãos
no Brasil", afirmou Goffi.
Segundo o advogado, a defesa
está baseada em três pontos, entre
eles a inépcia das denúncias.
"O promotor atribui a morte
das vítimas à retirada dos rins,
mas isso não é causa imediata."
Goffi disse que houve cerceamento da defesa. De acordo com
ele, a defesa solicitou que exames
fossem mostrados ao médico
Roosevelt de Sá Kalume, o denunciante, para que ele indicasse onde haveria circulação sanguínea
nos pacientes, mas o juiz indeferiu o pedido.
Além disso, em dois casos
-dos pacientes José Faria Carneiro e José Miguel da Silva- já
houve julgamento. Pela morte de
Carneiro, quatro pessoas foram
condenadas por latrocínio (roubo
seguido de morte) e estão presas
desde 1991.
Já no caso de Silva, que foi vítima de um acidente, uma pessoa
foi absolvida, mas, segundo Goffi,
o juiz entendeu que a morte foi
provocada pelo atropelamento.
"Esses dois pacientes não poderiam ter sido considerados."
Para o advogado, os laudos utilizados pela acusação, do IML
(Instituto Médico Legal) e do
CRM (Conselho Regional de Medicina), não são conclusivos.
"Os próprios peritos declararam que eles eram inconclusivos.
Eles analisaram cópias de exames
de péssima qualidade."
Quanto à morte encefálica dos
pacientes, Goffi afirmou que o
médico plantonista também fez
as constatações.
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