São José dos Campos, Sábado, 28 de agosto de 1999

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OUTRO LADO
Defesa diz que dois já foram julgados

da Folha Vale

O advogado João Romeu Correa Goffi, que defende os cinco médicos, inclusive o que foi inocentado, disse ontem que vai recorrer ao Tribunal de Justiça.
"Ficamos preocupados com o fato de que o desdobramento de uma acusação leviana como essa possa gerar uma descrença no processo de transplante de órgãos no Brasil", afirmou Goffi.
Segundo o advogado, a defesa está baseada em três pontos, entre eles a inépcia das denúncias.
"O promotor atribui a morte das vítimas à retirada dos rins, mas isso não é causa imediata."
Goffi disse que houve cerceamento da defesa. De acordo com ele, a defesa solicitou que exames fossem mostrados ao médico Roosevelt de Sá Kalume, o denunciante, para que ele indicasse onde haveria circulação sanguínea nos pacientes, mas o juiz indeferiu o pedido.
Além disso, em dois casos -dos pacientes José Faria Carneiro e José Miguel da Silva- já houve julgamento. Pela morte de Carneiro, quatro pessoas foram condenadas por latrocínio (roubo seguido de morte) e estão presas desde 1991.
Já no caso de Silva, que foi vítima de um acidente, uma pessoa foi absolvida, mas, segundo Goffi, o juiz entendeu que a morte foi provocada pelo atropelamento.
"Esses dois pacientes não poderiam ter sido considerados."
Para o advogado, os laudos utilizados pela acusação, do IML (Instituto Médico Legal) e do CRM (Conselho Regional de Medicina), não são conclusivos.
"Os próprios peritos declararam que eles eram inconclusivos. Eles analisaram cópias de exames de péssima qualidade."
Quanto à morte encefálica dos pacientes, Goffi afirmou que o médico plantonista também fez as constatações.



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