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REFLEXO DA GREVE
Protesto de caminhoneiros, que parou a Dutra, gera desabastecimento e aumento de preços
Montadoras perdem R$ 31 milhões
da Folha Vale
As unidades da GM e da Volks
instaladas no Vale do Paraíba deixaram de produzir 1.860 carros
nos três dias de protesto dos caminhoneiros, que pararam a via
Dutra, devido à falta de peças, o
que gerou uma perda média de
R$ 31 milhões.
A paralisação chegou a provocar 42 quilômetros de congestionamento na Dutra. A rodovia foi
liberada após a intervenção da
tropa de choque da PM.
A greve acabou após acordo entre caminhoneiros e governo, que
suspendeu os aumentos do preço
do óleo diesel e dos pedágios em
rodovias federais.
A dificuldade de tráfego causou
desabastecimento na região e elevou os preços de alguns alimentos
em até 150%.
Cerca de 287 toneladas de mercadorias deixaram de chegar à
Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo) em São José,
um dos maiores centros de abastecimento da região.
A Nestlé, em Caçapava, estima
normalizar a entrega de 440 toneladas de produtos que não puderam sair da fábrica até terça-feira.
Produção
O cálculo do prejuízo das montadoras foi feito com base no valor
de venda dos carros. Normalmente, as empresas fabricariam
3.270 unidades em três dias.
A Volks, em Taubaté, deixou de
produzir 1.618 veículos Gol e Parati, e a General Motors, segundo
o Sindicato dos Metalúrgicos de
São José dos Campos, não montou cerca de 250 carros, entre Blazer e picape S-10.
A Ford informou que anteontem a produção de motores e
transmissões ficou paralisada o
dia todo. A empresa não divulgou
a quantidade de peças que deixaram de ser fabricadas.
Na Volks, o ritmo de produção
foi retomado à 0h de ontem. Os
estoques de peças começaram a
ser regularizados no final da tarde. O dia mais crítico foi quarta-feira, quando a produção parou
por oito horas. Anteontem, o ritmo estava 50% abaixo do normal.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a linha de
montagem da Blazer e da S-10 foi
interrompida por duas horas e
meia na manhã de ontem.
Na quarta-feira, o trabalho foi
suspenso por volta das 10h, segundo um dos diretores do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.
Na noite de anteontem, a GM
chegou a recorrer ao transporte
aéreo para receber peças que não
estavam sendo entregues.
A assessoria da empresa confirmou a redução da produção, mas
não a paralisação.
O preço das frutas e legumes aumentou no Vale devido à escassez.
A caixa do limão, que estava em
falta, chegou a ser comercializada
por R$ 20, enquanto o preço normal é R$ 8.
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