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Carnaval 2012

Debaixo dos panos

Escondidos sob alegorias, carros rústicos sustentam o espetáculo

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na próxima sexta-feira, os motores a diesel fazem sua estreia no Carnaval de São Paulo. Será a primeira vez que alguns carros alegóricos cruzarão o Anhembi sem um pelotão de abnegados a empurrá-los. Ao volante, motoristas cuja missão é não atravessar o samba, literalmente.

As escolas, que por tradição fazem segredo sobre detalhes dos desfiles, não confirmam, mas a Folha apurou que ao menos dois veículos entrarão na avenida motorizados, o que, segundo a Liga das Escolas de Samba, é permitido.

Alguns terão tecnologia "importada" do Rio de Janeiro. "Montamos dois carros para a Mocidade Alegre", afirma Elcio Paim, responsável pelos carros da carioca Unidos da Tijuca.

A maioria dos veículos, porém, percorrerá o sambódromo "no braço". Independentemente do modo de tração, o motorista é a figura mais importante do desfile.

"Um erro pode rebaixar a escola. Nosso Carnaval está na mão de cinco pilotos", diz Ricardo dos Santos, diretor de barracão da X-9 Paulistana.

Os veículos usam chassis de caminhão ou de ônibus que, alongados e reforçados, chegam a ter dois ou três eixos. Só as rodas dianteiras, ligadas a uma coluna de direção rústica, se movem.

O piloto vai abaixo do assoalho, soterrado por alegorias e próximo de uma das rodas.

"O local é desconfortável e a visão é muito prejudicada. Tenho que dirigir na sensibilidade", explica Luiz Rezende, 56, piloto da X-9.

Se o "cockpit" tem jeito de carro dos "Flintstones", uma fita plástica amarrada na coluna central é o computador de bordo da idade da pedra a indicar a trajetória correta. A guia é a referência para alinhar o carro com a reta pintada no meio da passarela.

Colaborou Alessandra Balles

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