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Troca do carro compensa após três anos de uso, calculam especialistas

Período costuma coincidir com o fim da garantia e o início da temporada de gastos mecânicos

Regra vale para quem roda em média 1.200 quilômetros por mês e faz questão de andar em veículo atualizado

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

O mercado automotivo brasileiro nunca esteve tão aquecido. Até o fim de 2012, os fabricantes e importadores prometem mais de cem lançamentos, entre novos modelos e versões -quase uma novidade a cada três dias.

Nesse ritmo frenético, o consumidor acaba sendo instigado a trocar o carro usado por um modelo de tecnologia e desenho mais modernos. Mas, do ponto de vista econômico, qual é o momento oportuno para essa transição?

Segundo Fábio Gallo, professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), a hora certa é quando o usado começa a dar muita despesa -geralmente a partir dos 50 mil quilômetros- e a relação custo-benefício começa a ficar desvantajosa para o dono (veja mais no quadro ao lado).

"Isso ocorre quase sempre após o terceiro ano de uso, quando finda a garantia e a diferença de preço para um zero-quilômetro similar ainda não é tão acentuada", opina o economista.

A regra é válida para quem tem dinheiro à mão, roda cerca de 15 mil quilômetros por ano com o carro ou faz questão de desfilar em um veículo reluzente e atualizado.

O proprietário do usado com três anos de uso irá revendê-lo facilmente, crê Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave (federação das concessionárias). "Isto porque ele já se distanciou do novo em preço e mantém ainda um certo ar de novidade."

CEDO OU TARDE DEMAIS

Encurtar o intervalo de troca pode significar perda de dinheiro, pelo pouco uso do bem. A maior desvalorização acumulada do veículo ocorre nos dois primeiros anos -até 25%, mostra levantamento feito pelo Datafolha.

O empresário Sílvio Eustáquio, 56, porém, diz que muda de carro no máximo a cada 12 meses por uma questão de prudência -e vaidade.

"Como rodo 30 mil quilômetros por ano, me sinto mais seguro num automóvel novo, que, além de imponente, não me aborrecerá com oficina".

Em fevereiro, Eustáquio trocou um Honda Civic 2011 "antigo" por uma Toyota Hilux recém-remodelada.

Já retardar a troca, hábito comum na Europa, é uma atitude racional para quem utiliza pouco o automóvel, cuida da sua manutenção e se sente atendido pelas características do produto.

Segundo especialistas, ao trocar de carro, o consumidor brasileiro costuma trocar também de fabricante, em busca de novidade.

"É cultural. A nossa sociedade relaciona o status de uma pessoa com o carro que ela tem", observa a psicóloga Marisa de Abreu.

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