Em casa, fabricantes chineses tentam provar para o mundo que aprenderam a fazer carros com qualidade e estilo próprios

A China quer demonstrar que está mais aberta, que evoluiu e quer, principalmente, afirmar-se como um competidor global.

A indústria automotiva é parte fundamental dessa estratégia. No ano do dragão, fabricantes locais mostram as garras nos pavilhões do Salão de Pequim, que segue aberto ao público até a próxima quarta-feira, dia 2.

"Estamos produzindo carros muito melhores e com requisitos compatíveis com os demais competidores globais. Os conceitos que apresentamos aqui demonstram que estamos focados em qualidade de produto e desenvolvimento de tecnologia", afirma Zou Biren, presidente mundial da montadora chinesa Chery.

FUTURO

No salão, a marca apresenta dois conceitos. O TX é um "crossover" (visual de SUV e arquitetura de carro de passeio) de linhas arrojadas que guiará o design da marca e dará origem a um utilitário esportivo global daqui a aproximadamente dois anos.

Já o Ant é um protótipo que revela tecnologias que a marca adotará no futuro. O compacto elétrico é capaz de se conectar a outros modelos iguais formando filas que, segundo o fabricante, facilitarão a mobilidade em estradas.

Principal destaque da JAC Motors, o S11 é o primeiro esportivo da montadora de Hafei. O modelo usa a plataforma do sedã J5 e não tem previsão de entrar em produção.

Entradas de ar exageradas e traços de Mustang com Ferrari podem não agradar a todos, mas indicam que os chineses estão em busca de design e identidade.

"Acredito que já encontramos esse caminho, conseguimos interpretar a cultura chinesa ao unir tradição e modernidade. O futuro do carro chinês é um design cada vez mais fluido e com mais esportividade", disse à Folha Lou Tik, diretor-geral de design da JAC.

ESTRANGEIROS

Por ser o maior mercado automotivo do mundo -há mais de 1 milhão de emplacamento mensais-, a China também vira palco de grandes prévias internacionais.

A mais significativa é o Concept Style Coupé, da Mercedes, que antecipa as formas do primeiro sedã médio "popular" da marca alemã.

Com produção prometida para 2013, ele brigaria com versões de luxo de modelos como o Honda Civic.

O protótipo, baseado no novo Classe A, destaca-se pelo caimento abrupto do teto e vem equipado com tração integral, câmbio automático de sete marchas e motor de 211 cavalos.