Mercado prevê maior procura por prazos longos

A medida que promoveu a redução nos preços também prevê a facilitação da aprovação dos financiamentos. Mas é preciso cuidado para não se enrolar com a dívida.

"Com a prestação mais baixa, a renda mínima necessária cai, o que coloca mais pessoas em condições de ter o crédito aprovado", explica Décio Carbonari, presidente da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).

Mas a renda não é mais o único fator analisado. "É importante ter um bom histórico de crédito. Hoje, o mercado tem maior compreensão do endividamento real das pessoas. Qualquer dívida acima de R$ 1.000 aparece no sistema do Banco Central", alerta Décio.

O pacote também baixou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2,5% para 1,5% e reduziu exigências de reservas bancárias para entradas baixas (até 20% do valor do carro).

Atualmente, o prazo médio de financiamento é de 41 meses. Com as novas medidas, o mercado espera que haja maior procura pelos planos de longo prazo, como os de 60 parcelas.

O setor financeiro continua temeroso. De acordo com o Banco Central, os contratos de veículos com atrasos de pagamento superiores a 90 dias passou de 5,7% em março para 5,9% em abril.

"O melhor é dar a maior entrada possível. A parcela do financiamento não deve comprometer mais de 30% do orçamento", diz o economista Eduardo Alves, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Quem fechou negócio antes das mudanças no IPI ainda tem a possibilidade de obter o desconto. Se o carro não tiver sido emplacado, é possível refaturá-lo de acordo com a nova tabela.

"Em dois dias, enviei 198 notas fiscais para a fábrica. Mas, quando já houve o emplacamento, não é possível fazer alterações. Nos outros casos, devolvemos o dinheiro, que não é nosso. É do governo", afirma Gustavo Monteiro, gerente de vendas da AR Motors Nissan.