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Terra de gigantes

Venda de utilitários esportivos cresceu 74% nos últimos quatro anos e superou a de segmentos tradicionais, como o de sedãs médios

Simon Plestenjak/Folhapress
O empresário Adriano Amaral e seu BMW X6, que tem 4,87 m de comprimento e 1,98 m de largura
O empresário Adriano Amaral e seu BMW X6, que tem 4,87 m de comprimento e 1,98 m de largura

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Gosto de carros grandes porque me sinto seguro dentro deles; os outros motoristas respeitam mais", diz o empresário Adriano Amaral, 36, proprietário de um BMW X6. A opinião por outros compradores que fizeram dos utilitários um sucesso no Brasil.

Segundo dados da Fenabrave (federação das concessionárias), o emplacamento de SUVs (sigla em inglês para veículo utilitário esportivo) cresceu 74% em quatro anos e superou o tradicional segmento de sedãs médios. A conta inclui desde modelos de porte médio, como o Ford EcoSport, até gigantes como o Range Rover Vogue.

A diferença se torna mais significativa diante dos lançamentos do período: os sedãs se renovaram, enquanto os utilitários mudaram pouco.

Quem opta pelos modelos maiores enfrenta alguns percalços no dia a dia. "Há muitas vagas apertadas nos estacionamentos. Sensores e câmeras facilitam a manobra, mas a saída dos passageiros é sempre complicada. Falta espaço para abrir a porta", conta Amaral.

Diversos modelos contam com sistemas para o uso fora de estrada, mas, segundo fabricantes, apenas 5% dos donos usam esses recursos.

"Quem só roda em vias asfaltadas também se beneficia das características dos utilitários. Eles proporcionam segurança em trechos urbanos de cidades como São Paulo, com ruas esburacadas e alagamentos", defende Flávio Padovan, presidente da Land Rover.

Para a psicóloga Grace Alves, da Dirigir Bem, empresa especializada no atendimento de motoristas com fobias de trânsito, muitos dos que se sentem ameaçados por caminhões, ônibus e outros veículos grandes acabam comprando um carro maior.

"Temos pacientes que mudaram de comportamento ao comprar um automóvel grande. Uma jovem que tinha medo de dirigir passou a ter um comportamento muito agressivo no trânsito depois de adquirir um SUV. Tivemos que mudar a linha de trabalho", conta a psicóloga.

A paciente de Grace trocou o temor pelo excesso de confiança, que também traz riscos. "Sem a experiência necessária para dirigir um veículo grande, o condutor pode ter uma reação desastrosa em situação de emergência", diz a especialista.

O uso cotidiano de um veí-culo grande é um misto de alegrias e tristezas. A Folha rodou com um Toyota SW4 durante dez dias para sentir como é ter um jipão em uma cidade como São Paulo.

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