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Como é rodar com um jipão por São Paulo

A Folha passou dez dias com o Toyota SW4; carro é imponente e espaçoso, mas pouco prático para o uso cotidiano

O vão-livre entre a carroceria e o solo ajuda a passar por buracos, mas compromete a estabilidade

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os benefícios apontados por proprietários de carros grandes aparecem logo nas primeiras voltas com o Toyota SW4. O motorista dirige em posição elevada, com ótima visibilidade. Por ser largo (tem pouco mais de dois metros de um espelho ao outro), o jipão obriga os motociclistas a terem cuidado ao ultrapassar pelo corredor.

O interior é amplo, com lugar de sobra para passageiros, compras e bagagens. Dá até para transportar pequenas mudanças. Contudo, ele não foi feito para as grandes capitais.

O utilitário, que é fabricado na Argentina e custa a partir de R$ 114.150, não cabe em qualquer lugar. Operações simples como trocar de faixa ou fazer o retorno em uma rua estreita tornam-se tarefas complicadas.

NA FAIXA

Manobras de estacionamento são um dilema à parte. Na SW4, o raio de giro curto e a câmera de ré ajudam, mas não têm o poder de encontrar vagas nos shoppings para o utilitário que tem 4,71 m de comprimento e 1,85 m de altura. Outro desafio é encaixar o Toyota na faixa demarcada sem invadir o espaço dos outros carros.

O vão-livre entre a carroceria e o solo ajuda a passar por buracos sem sustos, mas compromete a estabilidade.

Feita para enfrentar trechos de lama e terra ou rodar em estradas de asfalto perfeito, a suspensão não se dá bem nos desníveis do piso paulistano. O balanço da carroceria incomoda os passageiros mais sensíveis.

Mas tem gente que não se importa com esses inconvenientes, como a fotógrafa Vanessa Rodrigues, 27. Ela dirige utilitários desde que tirou a carteira de habilitação, em 2009. Está no seu segundo Mitsubishi Pajero TR4 e planeja partir para um Land Rover Defender 110.

"Do alto temos uma visão melhor e, pelo tamanho do carro, fica mais fácil se posicionar no trânsito. Os outros motoristas ficam com medo de bater no jipe", conta.

Para o piloto e instrutor de direção Ingo Hoffmann, o motorista precisa conhecer o carro que tem.

"Tamanho e potência extras exigem mais atenção, e nem sempre o motorista está bem preparado. A maioria dos meus alunos chega sem saber regular bancos e espelhos corretamente", diz o piloto.

(RICARDO RIBEIRO)

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