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Jipes de duas rodas

Com potência de sobra, as aventureiras Kawasaki Versys e Yamaha 1000 Super Ténéré são pouco indicadas para motociclistas iniciantes

Lucas Lima/Folhapress
Piloto viaja ereto na Super Ténéré (à dir.), mas Versys é mais adaptada à estrada
Piloto viaja ereto na Super Ténéré (à dir.), mas Versys é mais adaptada à estrada

GUILHERME SILVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pela força na estrada e versatilidade no off-road, a recém-lançada Kawasaki Versys 1000 e a Yamaha Super Ténéré 1200 poderiam ser comparadas aos utilitários esportivos 4x4.

Mas essas duas motos aventureiras são indicadas para quem já tem alguma experiência ao guidão. Apesar dos comandos precisos e da pilotagem simples, são motos ariscas e pesadas.

Lançada no Brasil em 2011, a Super Ténéré marca a volta do mito criado nos ralis internacionais. A outra deriva da esportiva Ninja Z1000, porém com o motor de quatro cilindros amansado e com uma proposta mais versátil.

JAPONESAS

Na Ténéré, o chassi de aço e os 261 kg são embalados por um motor de dois cilindros em linha e 1.199 cm3, que despeja torque desde os giros mais baixos. Sua potência, de 110 cv, supera a da maioria dos carros compactos.

A matriarca das Ténéré pede atenção extra por conta da transmissão por eixo cardã, que tende a erguer a traseira da moto nas arrancadas. Voltada à robustez e à baixa manutenção, essa transmissão peca pelo maior peso e por complicar a retirada da roda traseira caso seja preciso fazer alguma manutenção. Já a embreagem hidráulica oferece manete macio, fazendo da Super 1200 uma moto agradável de pilotar.

Na Kawasaki Versys, há um comportamento dúbio: o motor é elástico e suave, porém deixa a frente mais pesada nas manobras de desvios, mesmo com o chassi sendo mais leve que o da concorrente (239 kg).

Com 118 cv, a Kawasaki foi ajustada para oferecer mais torque em rotações baixas.

Ao acelerar forte nas arrancas, a Versys se transforma e levanta a dianteira até em segunda marcha. Na verdade, sobra performance para sua proposta.

Nas duas motos japonesas, a posição de pilotagem favorece também aos mais baixo. Na Ténéré, o piloto viaja mais ereto e relaxado.

PACOTE TECNOLÓGICO

Ambas trazem controles de tração ajustáveis, regulagem das molas e discos de freios com ABS, além de chegarem aos 100 km/h em cerca de 4s. Tudo isso sem titubear nas curvas. A Yamaha, no entanto, mostra-se mais apta a encarar terra, enquanto a Versys reina na estrada.

Com pára-brisas grandes- com ajuste de altura na Kawasaki-, a dupla protege bem seus pilotos.

No quesito acabamento, a Versys perde por trazer guidão simples e por não oferecer regulagem do manete de embreagem nem protetor de punho. A Yamaha, por outro lado, mostra maior preocupação com os detalhes.

Lanternas traseiras com LEDs e ótimo espaço para garupa e bagagem, assim como os pneus de uso mistos, também são características dessas duas motos.

Debutante no mercado, a versão 1000 da Versys sai por R$ 50 mil, exatos R$ 11 mil a menos que a concorrente, e foca quem busca alta performance e estilo singular -só existe na cor branca.

A Ténéré, vendida também na cor azul, mira os trilheiros e é igualmente indicada para quem enfrenta pisos ruins.

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