Cupê da BMW e sedã da Mercedes têm mais de 500 cv e vão a 100 km/h nos mesmos 5s

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Motor V10 (dez cilindros em "V"), 40 válvulas, 507 cavalos e R$ 665 mil. "Poxa, tio, não humilhe", dizia um menino de 12 anos que, boquiaberto, acompanhava o teste do BMW M6.
Testado com exclusividade pela Folha em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia, esse esportivo -ou cupê de luxo (nem a BMW sabe ao certo defini-lo)- está entre os mais rápidos do país.
Segundo a marca, as arrancadas de 0 a 100 km/h são feitas em 4,6s, mas o M6 levou 5,33s na prova. A velocidade máxima é limitada em 250 km/h.
Porém mais impressionante que o desempenho do motor 5.0 V10 é o do câmbio SMG Drivelogic de sete marchas.
Desenvolvida em paralelo com a da equipe BMW de Fórmula 1, a caixa é o mais próximo que a transmissão automática chega do câmbio manual. Não pela velocidade de troca, mas pela forma como o faz.
Nas reduções, por exemplo, o próprio câmbio se encarrega do "punta-taco" (quando é preciso acelerar para igualar o giro do câmbio ao do motor).
Prefira as trocas por borboletas atrás do pequeno volante. As feitas pela alavanca são tão confusas como é o painel digital projetado no pára-brisa.

Na pista
Com o controle de estabilidade desligado -não façam isso em casa-, é possível sentir verdadeiras "pancadas" nas costas ao trocar a primeira e a segunda marchas. Isso sem falar na "língua" de borracha que o bólido deixa no asfalto até mesmo ao engatar a terceira marcha.
Para aumentar ainda mais a adrenalina, o piloto Augusto Farfus Jr., 23, mostrou do que o M6 é capaz no autódromo.
Vencedor da segunda bateria do WTCC (sigla em inglês para campeonato mundial de carros de turismo), disputada há três semanas em Curitiba, o piloto não poupou elogios ao cupê.
"Em comparação com um Ferrari, o M6 tem uma ótima relação custo/benefício. Tem tração traseira e um motor muito elástico [gira até 8.200 rpm], que faz você "sentir" a pista", dizia Farfus, enquanto o exemplar prata beirava os 230 km/h no fim da reta do autódromo. O modelo mais barato da Ferrari custa R$ 1,35 milhão.
Como avisa o slogan da própria BMW, "o fascínio da tecnologia está nas possibilidades que ela oferece". O M6 -e o menino de 12 anos- ratifica.