Fábricas vão a estande da Honda desvendar novo Fit

Fabiano Severo/Folha Imagem

Engenheiros da Citroën abriram o Fit pré-série e criticaram o acabamento do painel e as emendas do porta-malas

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo Fit estava lá, no estande da Honda no Salão de São Paulo, na dele. De repente, vê 14 engenheiros da General Motors vindo em sua direção.
Nessa hora, a Folha estava no estande, e o Fit continuava apreensivo. Chegaram engenheiros da Peugeot, da Renault, da Citroën e da Ford e começaram a esmiuçar o pequeno Honda. Todos queriam desvendar o segredo do Fit.
Apontando o limpador de pára-brisa do monovolume, um dos membros da "comitiva" da GM indagava por que sua equipe não pensara na solução da Honda: a parte de borracha é maior, e o braço pantográfico, "que é caro", menor.
Enquanto isso, Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da GM, fuçava o interior do Fit. Abriu e fechou a porta umas quatro vezes.
Certamente queria descobrir a razão de ela bater com facilidade. Em alguns Chevrolet, como o Astra, o vidro abaixa 1 cm sozinho para aliviar a pressão das portas pesadas.
Eis que, sem saber da espionagem, uma das recepcionistas da Honda se oferece para ajudar e ouve de uma engenheira da GM que "são detalhes que você não saberia me dizer".
A moça confessa só saber que o Fit tem "motor 1.5 16V, com comando de válvulas i-VTEC e tem 115 cavalos". Foi o que decorou para repetir centenas de vezes até o fim da mostra.
A engenheira logo chuta que "o couro é sintético". A recepcionista defende a empresa que a emprega por dez dias: "Ah, gente, é tudo couro".

Álcool
Fora do carro, seu colega da GM elogiou o bocal do tanque -todos os Fit passam a ser bicombustíveis. O segredo é não ter uma "orelha" para ser aberto, mas é só empurrar a tampa "que ela vem para fora, como na lixeirinha da pia lá de casa".
Em seguida, dois engenheiros da Citroën criticavam os encaixes do painel, mas elogiavam o material. Um deles apontou uma diferença milimétrica entre o console e a tampa superior do porta-luvas, junto ao airbag do passageiro, agora de série em todas as versões.
Alfredo Guedes, engenheiro da Honda, lembra que os Fit expostos são pré-série. Foram montados à mão, e não por robôs, como os Fit que chegarão às revendas nesta semana -o novo preço foi prometido para terça-feira. E completa: "Não posso impedir [a espionagem]".