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Custo/benefício não impulsiona vendas do remodelado Bora
Só mais popular que Marea, VW, de R$ 59.790, é vendido em países emergentes
DA REPORTAGEM LOCAL
Você já estudou e sabe: há
alunos que saem do colégio sem
terem sido notados. Os inspetores, que sequer sabiam o nome dele, ouviriam, na formatura: "Prazer, meu nome é Bora".
O sedã remodelado da Volkswagen nunca foi popular (como
o Chevrolet Vectra, que liderou
o segmento por anos) nem famoso (como o Honda Civic, que
causa fila de espera de meses
nas concessionárias).
Tampouco carrega um casaquinho sobre os ombros, como
o diretor. Aliás, parecer "tiozão", para o Nissan Sentra, é a
morte. Mas não para o Bora, colega do Toyota Corolla -aquele
que usa Gomex no cabelo e faz a
lição de casa direitinho.
O Bora vendido no Brasil é
fabricado em Puebla (México),
mas o novo desenho debutou
na China há um ano. Ter ou não
desenho feito para a China é
uma forma de comunicar que o
projeto, em linha desde 1998,
terá uma sobrevida para os
mercados emergentes.
Nos EUA, onde o Bora já era
chamado Jetta (e as escolas não
são iguais às do Brasil), ele morreu na geração passada. Aos
americanos restou o bom (e nada velho) Jetta -outro mexicano oferecido aqui.
Na China ou no Brasil, o Bora
tem um único apelo: a relação
custo/benefício. Pelos mesmos
R$ 59.790, nenhum outro concorrente tem tantos equipamentos. Aí entram, além do
"básico" (ar-condicionado digital, direção hidráulica e trio elétrico), freios com ABS (antitravamento), airbag duplo e toca-CDs e MP3 com entrada USB.
Isso, definitivamente, não é o
melhor argumento de venda.
Em outubro, o Bora foi o décimo sedã médio mais vendido
no Brasil -só ganhou do Fiat
Marea, que espera seu fim com
a chegada do Linea em 2008.
No mês passado, foram só
388 Bora, ou a metade do que
vendeu o Jetta, que agora tem
170 cavalos e custa R$ 86 mil.
Aliás, desde 2000, quando o
Bora chegou às lojas brasileiras, foram 12.674 unidades vendidas, segundo a Volkswagen.
O Honda Civic, só neste ano,
emplacou 37.217 unidades,
aponta a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores).
Exercício físico
Além disso, ter o melhor
câmbio automático do segmento -o mesmo de seis velocidades com trocas manuais do Jetta e do Golf- também não faz
muita diferença. É como, na
classe, ter a melhor lancheira.
O motor, porém, é o mesmo
de sempre -e o mesmo do Golf.
Durante a aula de educação física, o 2.0 de 116 cv fica para
trás. Precisa de 13,98s para
atingir 100 km/h, aponta o teste Folha-Mauá, enquanto o Civic requer 12,79s. De 80 a 120
km/h, o mexicano pede 11,98s.
(FABIANO SEVERO)
O carro foi cedido para teste pela montadora
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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