São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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Custo/benefício não impulsiona vendas do remodelado Bora

Só mais popular que Marea, VW, de R$ 59.790, é vendido em países emergentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Você já estudou e sabe: há alunos que saem do colégio sem terem sido notados. Os inspetores, que sequer sabiam o nome dele, ouviriam, na formatura: "Prazer, meu nome é Bora".
O sedã remodelado da Volkswagen nunca foi popular (como o Chevrolet Vectra, que liderou o segmento por anos) nem famoso (como o Honda Civic, que causa fila de espera de meses nas concessionárias).
Tampouco carrega um casaquinho sobre os ombros, como o diretor. Aliás, parecer "tiozão", para o Nissan Sentra, é a morte. Mas não para o Bora, colega do Toyota Corolla -aquele que usa Gomex no cabelo e faz a lição de casa direitinho.
O Bora vendido no Brasil é fabricado em Puebla (México), mas o novo desenho debutou na China há um ano. Ter ou não desenho feito para a China é uma forma de comunicar que o projeto, em linha desde 1998, terá uma sobrevida para os mercados emergentes.
Nos EUA, onde o Bora já era chamado Jetta (e as escolas não são iguais às do Brasil), ele morreu na geração passada. Aos americanos restou o bom (e nada velho) Jetta -outro mexicano oferecido aqui.
Na China ou no Brasil, o Bora tem um único apelo: a relação custo/benefício. Pelos mesmos R$ 59.790, nenhum outro concorrente tem tantos equipamentos. Aí entram, além do "básico" (ar-condicionado digital, direção hidráulica e trio elétrico), freios com ABS (antitravamento), airbag duplo e toca-CDs e MP3 com entrada USB.
Isso, definitivamente, não é o melhor argumento de venda. Em outubro, o Bora foi o décimo sedã médio mais vendido no Brasil -só ganhou do Fiat Marea, que espera seu fim com a chegada do Linea em 2008.
No mês passado, foram só 388 Bora, ou a metade do que vendeu o Jetta, que agora tem 170 cavalos e custa R$ 86 mil.
Aliás, desde 2000, quando o Bora chegou às lojas brasileiras, foram 12.674 unidades vendidas, segundo a Volkswagen. O Honda Civic, só neste ano, emplacou 37.217 unidades, aponta a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Exercício físico
Além disso, ter o melhor câmbio automático do segmento -o mesmo de seis velocidades com trocas manuais do Jetta e do Golf- também não faz muita diferença. É como, na classe, ter a melhor lancheira.
O motor, porém, é o mesmo de sempre -e o mesmo do Golf. Durante a aula de educação física, o 2.0 de 116 cv fica para trás. Precisa de 13,98s para atingir 100 km/h, aponta o teste Folha-Mauá, enquanto o Civic requer 12,79s. De 80 a 120 km/h, o mexicano pede 11,98s.
(FABIANO SEVERO)


O carro foi cedido para teste pela montadora

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br 0/xx/11/4239-3092


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