São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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peças & acessórios

Suspensão cuida de conforto e segurança

Componentes comuns são os mais simples, mas exigem não passar em buracos para durarem 40.000 km

DO "AGORA"

As suspensões dos automóveis existem por dois motivos. O primeiro é bem conhecido: evitar que as irregularidades do terreno sejam transmitidas à carroceria e aos passageiros. Já o segundo é menos óbvio: fazer com que as rodas fiquem o maior tempo possível no ângulo previsto pelos projetistas, por uma questão de segurança.
Há diversos tipos de suspensão. As mais comuns, nos carros fabricados no Brasil, são a McPherson na dianteira e o eixo de torção na traseira.
Elas nem são as melhores opções, mas são mais baratas que sistemas como o "multi-link", usado pela Honda. Também podem ser montadas e desmontadas em menos tempo e são mais conhecidas pelos mecânicos. No caso específico do eixo de torção, não é preciso alinhar as rodas traseiras.
Mas, seja qual for o modelo, os componentes mais importantes são as molas, que amortecem o impacto, e os amortecedores, que freiam o movimento vertical do conjunto.
Para aumentar a vida útil das peças, o motorista deverá evitar ruas e estradas em más condições. Além disso, é preciso fazer revisões periódicas -o ideal é a cada 10 mil quilômetros, diz Álvaro Rasoli, coordenador de treinamento da DPaschoal.
Além de checar o estado geral dos componentes das suspensões, é importante verificar periodicamente o alinhamento das peças. O trabalho é complexo e exige o uso de máquinas de precisão. "Recomendamos fazer esse serviço uma vez por ano", diz Adilson Lacerda, consultor técnico da TRW.
Há três ângulos que precisam ser verificados: o cáster, a convergência e a cambagem. São ajustes independentes, cada um com sua função definida.
O cáster é o ângulo do pino mestre da suspensão em relação à vertical e permite que a roda volte à posição original, por exemplo, após uma curva. A convergência é a diferença entre a abertura dianteira e a traseira das rodas. Por fim, a cambagem é a inclinação lateral das rodas em relação ao veículo, quando visto de frente.
Se o carro está desalinhado, há algumas conseqüências. A primeira é o aumento do consumo de combustível, pois o veículo terá maior dificuldade para andar. A segunda é o desgaste acentuado dos pneus. Por fim, há perda de estabilidade e redução da vida útil das peças.
Quando apenas um componente estraga, é preciso ter atenção. No caso das buchas (também chamadas de batentes), é possível substituir os itens de apenas um dos lados. Já os amortecedores devem ser trocados sempre aos pares.

Gasto
O prejuízo causado pelos buracos pode ser alto. Para um Gol 1.0, as revendas da Volkswagen cobram R$ 372 pelos quatro amortecedores, R$ 320 pelas molas e R$ 204 pelas buchas com as coifas de proteção.
Até os pneus interferem. Modelos maiores que os recomendados sobrecarregam os componentes, e os fora da calibragem indicada prejudicam as peças, pois os cálculos são válidos para a pressão indicada.
Rebaixar a suspensão, algo comum no "tuning", pode até trincar a carroceria.


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