São Paulo, domingo, 03 de janeiro de 2010

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Papa já tem carro quando vier ao Brasil

Espaço e visibilidade não faltam à Fiat Doblò reestilizada; há até um mezanino no interior

teste folha-mauá

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

À primeira vista, assusta um pouco. Quem nunca dirigiu uma Doblò pode estranhar. Mas, comparada à versão anterior, pouco mudou na atual reestilização.
A frente está menos esquisita, mas nem por isso virou a Penélope Cruz das multivans. Está mais para Kristen Stewart, atriz da saga "Crepúsculo", com sua beleza exótica.
Vampiros à parte, continua espaçosa e com atributos para ter o multiuso a que se propõe.
Se dá para abrir os braços? Dentro da Doblò, é possível fazer qualquer movimento e em todas as direções.
Há 1,93 m de altura e 1,72 m de largura, que conferem conforto e estabilidade, delicada em veículos de trabalho.
Claro, com a enorme área envidraçada, a impressão é a de estar dentro do papa-móvel. Vale até arriscar um aceno ao percorrer longas avenidas.
A suspensão filtra bem as imperfeições do asfalto. A posição elevada de dirigir agrada.
As posições do banco, do volante e do câmbio têm jeitos de caminhão, mas com 4,25 m de comprimento, basta a primeira manobra para se sentir guiando uma pequena van escolar.
Vale uma atenção extra ao retrovisor, mas eles já são grandes para ninguém reclamar.
O câmbio curto e bem à mão é interessante, mas no primeiro engarrafamento faz você rezar por um câmbio automatizado para acompanhar a salvadora direção hidráulica de série.

Caixote
Só que as concessões a Bento 16 param por aí. Suas preces não serão atendidas, pois não há transmissão automática nem como item opcional.
O motor 1.8 (114 cv e 18 kgfm de torque) engana. Mostrou-se esperto no dia a dia da cidade, com boas arrancadas.
Mas poderia ter desempenho melhor, aponta o teste Folha-Mauá. Durante as medições, a Doblò foi lenta na pista.
Ela precisou de 15s para atingir 100 km/h e foi ainda mais lenta nas retomadas. Apetite de Palio 1.4.
O vilão? Está onde pecam minivans, multivans e até algumas peruas: o design e o peso.
O formato tipo caixote não só confere uma cara sisuda e quadradona à Doblò como prejudica a aerodinâmica.
Na estrada, até que a multivan consegue manter uma velocidade constante.
Carregada com parte dos 665 litros do bagageiro, porém, a história se complica. A versão ELX 1.4 quase põe a língua de fora. Tudo bem, ela é mais barata -parte de R$ 48.950.
A versão testada é a HLX e custa a partir de R$ 54.670.
Em ambas dá para levar até sete pessoas. Sim, é possível encomendar na Fiat dois bancos extras originais para instalação no porta-malas.

Banco basculante
Se a sogra pedir o carro para enchê-lo de compras pós-Natal, os dois bancos extras são basculantes e podem ser dobrados em dois movimentos, com leves alavancas. O sistema merece elogios e não oferece risco aos dedos.
Como ficam suspensos ao lado dos vidros, o espaço não aumenta muito, mas permite acomodar a bagagem de maneira mais ordenada.
Nas laterais, há portas corrediças dos dois lados. São práticas, podem ser abertas por dentro ou por fora e têm travas de segurança.
Atrás, a porta bipartida tipo freezer de padaria funciona bem para retirar a bagagem ou para a entrada dos passageiros.
Mas tudo tem um preço...


A Fiat cedeu a Doblò para teste

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