São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

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Dupla cidadania

Ao som de música brasileira, Salão de Paris mostra lançamentos que chegarão aqui nos próximos dois anos

Fabiano Severo/Folhapress
Cruze hatch chega ao Brasil no fim de 2011 para ocupar o lugar do Vectra GT

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

A loja da Mercedes tocava Jorge Benjor, com o príncipe Shah-Jehan e a princesa. Na BMW, do show ao vivo ouviam-se João Gilberto e Tom Jobim entre um jazz e outro.
Tudo parecia ligar o Salão de Paris ao Brasil. Pudera: o mercado brasileiro já é o quarto maior em 2010, só atrás de China, EUA e Japão, segundo a consultoria Jato.
A principal mostra de automóveis do ano traz mais de cem lançamentos. E muitos estarão à venda no Brasil no ano que vem.
O conceito Cruze hatch, por exemplo, é a aposta da Chevrolet para a nova estratégia global. Chegará no fim de 2011 ou no início de 2012.
"A princípio, vai ser importado. Depois pensamos em produção local. Na Argentina, o lançamento será em outubro deste ano", disse à Folha Mike Arcamone, presidente da Daewoo, subsidiária da GM na Coreia do Sul e responsável global pelos Chevrolet de porte médio.
Mas por que lançá-lo antes na Argentina, que é um mercado bem menor que o brasileiro? "É mais fácil exportar e vender o Cruze lá", explica.
O desembaraço aduaneiro argentino costuma ser mais rápido. Sem falar que eles usam gasolina pura, e não a gasolina com até 24% de álcool, como no Brasil, o que exige adaptações no motor.

FOCUS 2012
Hoje, o Cruze sedã é vendido em 70 países, mas a meta é atingir 140. Na Europa, o modelo emplacou 37 mil unidades neste ano.
A versão hatch só chega ao mercado europeu em julho do ano que vem, depois da minivan Orlando, que deve substituir, em dois anos, a Meriva e a Zafira no Brasil.
No fim de 2011, chega ao país a nova geração do Focus. No pavilhão Porte de Versailles, a montadora mostra a versão esportiva ST (com motor EcoBoost 2.0 turbo de 250 cv).
Para o Mercosul, no entanto, só estão confirmados os propulsores usados no Focus atual: o Sigma 1.6 Flex, feito em Taubaté (SP), e o Duratec 2.0 Flex -este acoplado ao câmbio manual ou automático. Vale a torcida pela caixa automática de dupla embreagem, já oferecida no Fiesta europeu.

PEUGEOT
A mesma torcida vale para o esportivo RCZ. O xodó da Peugeot também usa o mesmo conceito de trocas muito rápidas, mas com o motor 1.6 turbo de 200 cv (feito em parceria com a BMW).
O RCZ estará no Salão de São Paulo, ao lado do sedã 408 (chega em julho de 2011) e do 3008. Essa minivan será lançada ainda neste ano, em dezembro, com o mesmo motor 1.6 amansado para 150 cv.
Quem faltará ao Anhembi será o Citroën C3 Picasso, versão de "rua" que deu origem ao Aircross.
Ivan Ségal, presidente da Citroën do Brasil, confirmou que o carro será lançado no primeiro semestre do ano que vem, mas adiou para 2012 a importação do DS3 e do DS4, que acaba de debutar em Paris ao som do "tê-tê-tê-rê-tê-tê-tê-tê" de Benjor.


O jornalista viajou a convite da Anfavea


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