São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

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Cupês de quatro portas invadem Paris

Segmento criado pela Mercedes ganha 2ª geração do CLS e um conceito da BMW que tem, por ora, "só" 2 portas

Audi gostou e fez igual. Ou quase. O A7 é um pouco mais comportado e leva até cinco pessoas, mas não passa de 300 cv

DO ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Com ou sem crise, o salão de automóveis mais antigo do mundo -o primeiro ocorreu em 1898- ainda cativa por esportivos, luxuosos e por um tal segmento chamado de "cupê de quatro portas". A Mercedes inventou o conceito com o primeiro CLS e, seis anos depois, prova que a receita foi um sucesso.
A segunda geração do CLS vê rivais copiarem seu estilo de sedã grande com linhas laterais arqueadas de cupê.
Completam o pacote do CLS os ombros "musculosos", os vincos pronunciados e a linha de cintura bem alta.
Ganha-se no design, perde-se na praticidade. Entrar no CLS já era tarefa difícil. Agora, o teto está mais baixo, o que dificulta o acesso principalmente para os dois passageiros do banco traseiro.
A Audi gostou e fez igual. Ou quase. O A7 Sportback é um pouco mais comportado. Leva cinco pessoas (e não quatro) sobre a enorme plataforma do novo A8.
Sob o capô, quanta diferença. O A7 usa apenas blocos V6 de no máximo 300 cv, caso do 3.0 com compressor e injeção direta.
Também FSI é o novo Passat. A VW o classifica como sétima geração, mas no fundo houve apenas uma adaptação da plataforma atual conhecida no Brasil.

PALAVRA MÁGICA
Por fora, ele está cada vez mais sisudo. Parece feito para a classe abastada da China. Essa é a palavra mágica para o grupo Volkswagen.
O país será decisivo para levar o grupo à liderança mundial até 2018, segundo o presidente global Martin Winterkorn. Fala-se em 10 milhões de carros por ano.
A BMW é mais modesta e quer apenas manter a liderança no segmento de luxo. O novo Série 6 ainda é um protótipo -porque a BMW quer. O carro está absolutamente pronto para ser lançado e para concorrer com o CLS e o A7 Sportback, ainda que traga "só" duas portas.
Ao apresentar o Série 6, Ian Robertson, diretor de vendas e marketing da BMW, lembrou do célebre cupê de 1971, o 3.0 CSL.
Quase 40 anos depois, a enorme base da coluna "C", no estilo musculoso desenhado por Wilhelm Hofmeister, ainda é chamada pelos alemães de "Hofmeister kink". Para muitos, é também o que separa um verdadeiro cupê de um (fajuto) "cupê de quatro portas".
(FABIANO SEVERO)


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