São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

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Alma esportiva

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

A propaganda do novo Porsche 911 Turbo é clara: "Aumentamos a potência para atormentar a sua alma". Se é verdade ou não, ninguém sabe. O certo, porém, é que o carro que já era bom ficou ainda melhor.
Seguindo a filosofia Harley-Davidson -em que diz que não há, no mundo, uma Harley igual a outra-, a Porsche oferece um leque de opcionais para personalização, que varia de painéis de couro na cor bege a discos de freio mais eficientes, que, feitos de cerâmica, custam a bagatela de R$ 58.482.
A versão avaliada pela Folha, com exclusividade, é, talvez, a mais brasileira de todas: cor prata e bancos de couro pretos. Nem por isso, o 911 passa desapercebido pelas ruas. Pelo contrário, o carro chama tanto a atenção que os outros motoristas, procurando vê-lo por todos os ângulos, quase provocam acidentes de trânsito.
Até crianças, que nem mesmo sabem onde fica Genebra, na Suíça, onde o Turbo debutou em fevereiro deste ano, torcem o pescoço para admirá-lo.

Americano
O 997 -como os engenheiros da montadora se referem a este 911- é quase tão americano quanto o Corvette. Não é à toa. Os Estados Unidos, hoje, são o principal mercado da marca. Porta-copos, porta-trecos e portas com alto-falantes profissionais não deixam dúvidas.
Ainda que o 911 seja o mais dócil dos superesportivos, ele não se sente tão à vontade no pára-e-anda da cidade. Nem mesmo o conforto do ar-condicionado digital e da tela de cristal líquido multimídia ambienta o carro às cidades.
Nas vias sem movimento, porém, os 480 cavalos de potência mostram a que vieram. A tecnologia TGV (turbo de geometria variável), inédita em motores a gasolina, é tão bonita no nome quanto eficiente no funcionamento. O sistema varia a pressão da turbina pelo giro do motor. Na prática, isso representa "colar" no banco a partir das 2.000 rpm. Rapidamente, o ponteiro do velocímetro sobe rumo aos 350 km/h.

36 Fiat Mille Fire Flex
O número é mais psicológico do que funcional. A própria Porsche indica uma velocidade máxima de 310 km/h, após arrancadas até 100 km/h em 3,9s.
Por tudo isso -e mais o status de ter um dos esportivos mais desejados do mundo-, a Porsche pede US$ 358 mil (R$ 780 mil) pelo 911 Turbo com câmbio manual de seis marchas. Se o cliente optar pela versão com câmbio seqüencial Tiptronic, terá de desembolsar mais R$ 17 mil, R$ 4.000 a menos que um Fiat Mille Fire Flex novinho em folha.
Com o preço do 911, aliás, é possível comprar 36 destes. Para os 11 proprietários que compraram o modelo desde setembro, quando começaram as vendas, nem todos os Uno do Brasil, somados, valem o prazer de desfilar em um Porsche.


O carro foi cedido para avaliação pela Porsche


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