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Alma esportiva
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
A propaganda do novo Porsche 911 Turbo é clara: "Aumentamos a potência para atormentar a sua alma". Se é verdade ou não, ninguém sabe. O certo, porém, é que o carro que já
era bom ficou ainda melhor.
Seguindo a filosofia Harley-Davidson -em que diz que não
há, no mundo, uma Harley
igual a outra-, a Porsche oferece um leque de opcionais para
personalização, que varia de
painéis de couro na cor bege a
discos de freio mais eficientes,
que, feitos de cerâmica, custam
a bagatela de R$ 58.482.
A versão avaliada pela Folha,
com exclusividade, é, talvez,
a mais brasileira de todas: cor
prata e bancos de couro pretos.
Nem por isso, o 911 passa desapercebido pelas ruas. Pelo contrário, o carro chama tanto
a atenção que os outros motoristas, procurando vê-lo por todos os ângulos, quase provocam acidentes de trânsito.
Até crianças, que nem mesmo sabem onde fica Genebra,
na Suíça, onde o Turbo debutou em fevereiro deste ano, torcem o pescoço para admirá-lo.
Americano
O 997 -como os engenheiros
da montadora se referem a este
911- é quase tão americano
quanto o Corvette. Não é à toa.
Os Estados Unidos, hoje, são o
principal mercado da marca.
Porta-copos, porta-trecos e
portas com alto-falantes profissionais não deixam dúvidas.
Ainda que o 911 seja o mais
dócil dos superesportivos, ele
não se sente tão à vontade no
pára-e-anda da cidade. Nem
mesmo o conforto do ar-condicionado digital e da tela de cristal líquido multimídia ambienta o carro às cidades.
Nas vias sem movimento, porém, os 480 cavalos de potência
mostram a que vieram. A tecnologia TGV (turbo de geometria variável), inédita em motores a gasolina, é tão bonita no
nome quanto eficiente no funcionamento. O sistema varia a
pressão da turbina pelo giro do
motor. Na prática, isso representa "colar" no banco a partir
das 2.000 rpm. Rapidamente, o
ponteiro do velocímetro sobe
rumo aos 350 km/h.
36 Fiat Mille Fire Flex
O número é mais psicológico
do que funcional. A própria
Porsche indica uma velocidade
máxima de 310 km/h, após arrancadas até 100 km/h em 3,9s.
Por tudo isso -e mais o status de ter um dos esportivos
mais desejados do mundo-, a
Porsche pede US$ 358 mil
(R$ 780 mil) pelo 911 Turbo
com câmbio manual de seis
marchas. Se o cliente optar pela
versão com câmbio seqüencial
Tiptronic, terá de desembolsar
mais R$ 17 mil, R$ 4.000 a
menos que um Fiat Mille Fire
Flex novinho em folha.
Com o preço do 911, aliás, é
possível comprar 36 destes. Para os 11 proprietários que compraram o modelo desde setembro, quando começaram as
vendas, nem todos os Uno do
Brasil, somados, valem o prazer
de desfilar em um Porsche.
O carro foi cedido para avaliação pela Porsche
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